O evento que marcou a Flip nos últimos anos está de volta. Dessa vez de forma online, de forma gratuita. Quer conhecer as mesas e as atrações? Venha saber mais aqui.
Já há dois anos a Casa Fantástica vem se tornando um espaço de resistência para aqueles que curtem literatura de gênero. Vem mostrando a sua força ano após ano com mesas cada vez mais instigantes, trazendo convidados que falam a todos os públicos, a todos os gêneros, a todas as idades, a todas as formações. Trazendo novos leitores, resgatando velhos leitores. Tive a oportunidade de estar presente na sua segunda edição no ano passado, quando ela foi oficialmente incluída na programação do Off-Flip (no primeiro ano ela foi fruto de uma campanha de financiamento coletivo) e me senti totalmente em casa. Pude me aconchegar em um dos vários sofás ou cadeiras que estavam ali e trocar umas ideias com pessoas como Ana Lúcia Merege ou o Diego Guerra, ou conhecer o Mário Bentes que havia vindo de longe ou até mesmo abraçar a Sabine Mendes e convidá-la a conhecer minha escola. Tudo isso na curadoria da Priscila que na época estava dividindo as atenções entre organizar o evento e cuidar de sua editora.
E chegamos em 2020. Um ano em que esperávamos um evento ainda maior. Eu pelo menos planejava emendar Odisseia de Literatura Fantástica em junho, Flip em julho e Bienal em novembro. Mas, veio a pandemia. Mas, a Casa Fantástica não esmoreceu. Assim como o Relampeio que mostrou a sua força com debates sensacionais, a Casa Fantástica não poderia ficar para trás e optou pelo mesmo formato. E está chegando neste final de semana. Então marque aí na sua agenda: de 26 a 28 de junho no canal de Youtube da Casa Fantástica.
Sexta-Feira (26/06):
17h00 — Literatura e Resistência: o que a ficção pode nos ensinar sobre o panorama político do Brasil?
Descrição: A arte pode denunciar opressões em todas as esferas, seja em mundos fantásticos, distópicos, ou com a descrição das crueldades do hoje e do ontem. A Literatura, então, é pulsante quando carrega o leitor para seus entremeios e canaliza as catarses da razão e emoção, buscando por e pelas mudanças, sonhos e revoluções. E é assim que queremos fazer Literatura, sendo ela nosso grito por justiça, por empatia, resistindo todos os dias à luz do debate que ela proporciona. Nosso primeiro bate-papo, Literatura e resistência: o que a ficção pode nos ensinar sobre o panorama político do Brasil?, quer chegar de uma vez, com megafone ligado, e discutir nossas feridas, principalmente aquelas recentemente abertas.
Mediação: Ana Rusche
Participantes:
Lavínia Rocha
Sandra Abrano
Peter Larubia
Thiago Prada
19h30 — O mercado livreiro independente em tempos de crise: soluções possíveis
Descrição: O mercado literário existe a partir de muitos agentes e meios, e tem se articulado, talvez desde sempre, para manter-se através de diferentes práticas, produzindo e vendendo literatura. Em tempos de liberdade é possível ver um mercado independente que aflora dando espaço para muitas vozes, mas em tempos de obscurantismo é também o mercado livreiro que protege a história, a ciência, a arte. Nesse bate-papo, editores se encontram para trocar suas práticas, repensar caminhos em tempos de crise e discutir publicações em tempos de resistência.
Mediação: Mario Bentes
Participantes:
Cid Vale Ferreira
Thiago Tizzot
Lizandra Magon de Almeida
Adriana Chaves
Sábado (27/06):
14h30 — Pandemia e literatura fantástica: o que podemos esperar para o futuro, de acordo com os livros?
Descrição: A literatura fantástica expande os horizontes, amplia as possibilidades do real. Nela, inúmeros cenários distópicos já foram criados, e muitos deles se parecem, em maior ou menor grau, com o momento em que vivemos hoje. Se a fantasia e a ficção científica conseguiram prever tantos momentos da nossa história, o que será que ela tem a dizer sobre o mundo pós-pandemia em que viveremos logo à frente?
Mediação: Lígia Colares
Participantes:
Nikelen Witter
Fabio Fernandes
Simone Saueressig
17H00 — Gênero e poder: o papel da literatura na formação de construções de gênero e sexualidade
Descrição: A literatura tem importância na formação das construções de gênero e identidade? Se sim, qual é? Sabemos que a representação LGBTQIA+ e das mulheres na literatura é influenciada pelos papéis que a sociedade entendem pertencerem a cada um desses grupos, mas acreditamos também que os livros são ferramentas poderosas para desmistificarmos os estereótipos de gênero e imaginarmos novos lugares e novas representações para essas pessoas, transformando a realidade que, por sua vez, pode retroalimentar a literatura com novas percepções dos papéis de gênero.
Mediação: Agatha Christie
Participantes:
Claudia Dugim
Vinícius Fernandes
Johann Heyss
Hailey Kaas
19h30 — Literatura periférica: à margem do texto, o texto da margem
Descrição: O rótulo “literatura periférica” pode esconder uma série de inovações, tanto em termos de escrita quanto em termos de mecanismos de produção editorial. Habitar a margem pode significar liberdade, exploração artística, respeito a olhares e vivências entendidas como não padrão, mas também pode levar ao habitar de um nicho isolado. Entre a inovação, o posicionamento político das obras e as dificuldades de produção, esta mesa pretende abordar os caminhos pelos quais o “periférico” se sustenta no formato livro - um formato ainda elitista no mercado editorial brasileiro.
Mediação: Sabine Mendes
Participantes:
Israel Reu Neto
Jonatan Magella
Raquel Almeida
Domingo (28/08):
17h00 – Descolonizar a literatura: a língua como ferramenta de resistência
Descrição: A literatura é capaz de recontar e criar possibilidades de presente e futuro. Mas muitas vezes demoramos a perceber que as histórias contadas estão cheias dos valores dos colonizadores. Com essa mesa queremos pensar sobre possíveis caminhos pelos quais a literatura pode ser feita e dar luz àquelas que já se construíram nesse caminho, refletindo às lutas e existências que tentaram apagar durante a história do nosso país, mas também, sonhando futuros mais justos e harmônicos.
Mediação: Carolina Mancini
Participantes:
Sirlene Barbosa
Waldson de Souza
Tiago Nhandewa
Gabriele Diniz
19h30 — HQ e resistência política: quais os caminhos do ativismo da nona arte no Brasil?
Descrição: Seja através de cartoons, tiras, gibis ou graphic novels, os quadrinhos sempre trouxeram mensagens de crítica e reflexão. Por conta disso também que essa mídia muitas vezes sofre censura de grandes autoridades ou de desgovernos, sabendo do poder e do alcance que ela pode ter com o público geral. Os exemplos são muitos, mas como não lembrar do mais recente caso em que o presidente está usando a máquina pública para processar o Aroeira por uma charge? E o movimento a favor do chargista, possível de acompanhar na #chargistascontracensura e na #somostodosaroeira? Esses e outros meandros farão parte dos debates dessa mesa.
MEDIAÇÃO: Raphael Fernandes
Participantes:
Luiza Lemos
Luiz Fernando Menezes
Rogério Faria
Tainan Rocha
Marcelo de D’Salette
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