Por Kurtis04
Original encontrado em http://imgur.com/gallery/M95FK
Traduzido por Paulo Vinicius F. dos Santos.
Revisado por Thais Paiva
Hoje inauguraremos a coluna Contagem Regressiva para Malazan. Serão três matérias explicando o básico (sem spoilers) que o leitor precisa conhecer antes de entrar no incrível universo de Malazan. Vamos lá!!
Esta é uma matéria em três partes. Caso queiram ver as outras partes, cliquem nos links a seguir:
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O Livro Malazano dos Caídos, de Steven Erikson, é um uma das mais incríveis séries de fantasia já lançadas. É uma série imensa, contando com 10 livros e vários outros romances que se passam no mesmo universo, além de conter uma narrativa densa que se estende ao longo de quase mil anos. Erikson foi arqueólogo por muitos anos, e sua experiência nesse campo realmente brilha através de sua detalhada construção de mundo. Cada cidade possui história própria, cada raça possui uma jornada evolutiva, civilizações ascendem e decaem, e cada novo império é construído por cima dos destroços dos que vieram antes. É uma obra gloriosamente cerebral – no entanto, até que o leitor se acostume com a profundidade da narrativa, ela pode parecer tediosamente cerebral. Erikson pesa a mão mesmo, e o primeiro livro parece uma overdose de informação. Você será jogado no meio dessa incrível cachoeira e é esperado que você já consiga sair nadando, sem se afogar no enredo. NÃO DEIXE QUE ISSO DESANIME VOCÊ. Falando sério, esta é uma das melhores séries de fantasia de todos os tempos.
Este material é apenas um guia introdutório para compreendermos a série, com o objetivo de ajudar os leitores a se inteirar de algumas informações básicas. Podem ficar tranquilos ao ler este pequeno guia: não haverá spoilers, só alguns dados essenciais para que o primeiro livro se torne mais palatável. Jardins da lua é, de longe, o livro mais difícil da série, por conta da complexidade da trama e da terminologia original desafiadora, motivo pelo qual muitos leitores cometem o terrível erro de abandonar a leitura. Caro leitor ou cara leitora: não seja essa pessoa, persista na leitura porque você será recompensado com uma história fantástica ao final da jornada. Algo inesquecível.
Então, mãos à obra. Decidi dividir este guia em cinco seções diferentes, espalhadas em cinco postagens individuais.
1 – O Mundo e a História Recente
2 – As Raças
3 – O Sistema de Magias
4 – Os Deuses/Ascendentes
5 – Os Personagens Principais
Para muitas pessoas, o elemento do mistério é um dos grandes atrativos da série; elas gostam justamente do fato de que Erikson não conduz o leitor pela mão. Se você é desses que amam leituras densas e gostam de montar sozinhos os menores detalhes do quebra-cabeças, esta postagem não é para você, mas você pode sempre voltar a ela se chegar ao fim do primeiro livro e ainda precisar esclarecer alguns pontos. Evitei spoilers ao máximo, e fui intencionalmente vago sobre certos detalhes, mas saiba que existem spoilers bem leves aqui, em sua maioria na seção sobre a história do império e sobre as raças.
Mas se você não se importa com pequenos spoilers que te oferecem um contexto para o primeiro livro, ou se você está planejando reler a série e quer revisar um pouco da história malazana, então vamos lá.
1 – O Mundo e a História Recente
A série foca em impérios, os que existem e os que já desapareceram. O mais importante deles, e o ponto focal da história, é o Império Malazano.
O Império Malazano tem uma origem humilde, começou em uma taverna pequena e suja. Kellanved, o primeiro imperador, construiu-o do nada com a ajuda de alguns companheiros poderosos: Surly e Dançarino, donos de um conjunto de habilidades bem específicas; Whiskeyjack, Dujek e Dassem Ultor, líderes dos exércitos; Tayschrenn, um Alto Mago e sacerdote do Deus D'rek; e os irmãos Cartheron e Urko Crust, líderes da Marinha. Há ainda muitos outros, e você os encontrará ao longo da leitura, mas esses que cito acima são os mais relevantes para Jardins da Lua.
Eles se estabeleceram na Ilha Malaz, uma pequena ilha que fica na parte sudoeste do mapa, a sudeste de Quon Tali e banhada pela face oeste do Travellers Ocean. Partindo dali, foram ampliando seu alcance até o norte do continente, primeiro em Quon Tali e depois em Kartool, e depois expandiram ainda mais para o norte, até as Sete Cidades.
Pouco depois da conquista das Sete Cidades, o Imperador Kellanved desapareceu, e quem governou em seu lugar foi Surly, mestra espiã e líder da organização de assassinos conhecida como “A Garra”. Naquele momento, Surly mudou seu nome para Laseen, que significa “Mestre do Trono” em sua língua nativa. É nesse período que se passa o prólogo do primeiro livro, pouco depois do desaparecimento do Imperador, e o capítulo se estrutura ao redor de conflitos na cidade de Malaz e do incêndio do Bairro do Rato. Os personagens e eventos do prólogo são muito relevantes a longo prazo na história, um dos prováveis motivos para que tenham sido introduzidos tão cedo na narrativa. Falando sério, prestem muita atenção no Prólogo.
É difícil dar mais informações sem adentrar perigosamente no terreno dos spoilers, e quero enfatizar que nada do que eu disse até agora é um grande spoiler, já que tudo isso acontece logo nos primeiros capítulos, servindo como base para a estruturação da história. Erikson não fornece muito contexto para esse trecho, então pode ser confuso quando ele divide a exposição inicial em pequenas passagens aqui e ali. A série é baseada nas maquinações políticas e militares do Império Malazano, então muito da história se desenvolve ao redor da intriga, mas com essa fundação você não estará completamente perdido na primeira vez em que ouvir “Quon Tali” ou “Urko Crust”.
Quando retorna, o Imperador é assassinado por Laseen, e muitos dos integrantes da “Velha Guarda” – os aliados de confiança de Kellanved – são assassinados ou demovidos. A partir daí, Laseen começa a expandir ainda mais o Império; no começo do primeiro capítulo de Jardins, muitos anos já se passaram, o Império Malazano já iniciou a sua conquista de Genabackis e tomou controle de boa parte da metade norte do continente, com a parte listrada ainda não inteiramente estabelecida.
A maior parte do livro acontece em Genabackis, começando com o Massacre em Itko Kan (uma pequena vila em Quon Tali), o cerco em Pale (no meio do continente), em um momento em que o exército está marchando mais para o sul, e a infiltração do Darujistan (a parte sul do Lago Azure, em roxo no mapa).
O Império é bem administrado e, no geral, a ocupação traz benefícios para as cidades. Se o Império Malazano fosse uma entidade, sua tendência seria tipo leal/mau, de acordo com os alinhamentos do sistema D&D de RPG. O Império realiza coisas terríveis para obter ganhos pessoais, mas, em troca, deixa lei, ordem e prosperidade em seus territórios conquistados.
2 – As Raças
A figura acima mostra todas as raças presentes na série Malazan, mas para o primeiro livro você precisa se preocupar com apenas três delas: os t'lan i'mass, os jahgut, e os tiste andii.
Existem quatro raças fundadoras, marcadas com asterisco na figura acima: os t'lan imass, os jahgut, os forkrul assail e os k'chain che'malle. Outras raças mais antigas não são consideradas como parte das quatro raças fundadoras. Os tiste, por exemplo, pertencem a esse grupo. O porquê dessa distinção será revelado ao longo da série.
Barghast e Moranth
Essas duas raças nativas de Genabackis possuem um papel importante, mas não precisam muito de apresentação, já que são raças humanoides. Os moranth vivem nas montanhas de mesmo nome, e os barghast vivem em lados opostos do continente. Alguns deles decidiram ajudar os malazanos em suas conquistas enquanto outros lutam contra eles. Os moranth cavalgam insetos gigantes que se parecem com libélulas e desenvolveram incríveis munições explosivas, além de vestirem as carapaças de insetos como se fossem armaduras, o que os deixa com esse aspecto visto na figura acima. Os barghast se parecem com os antigos escoceses de nosso mundo: uma aliança livre de clãs e tribos que competem e guerreiam constantemente uns com os outros.
Os Jahgut
Os jahgut, uma das quatro raças fundadoras, estavam entre as primeiras criaturas inteligentes que surgiram no mundo. Eles são grandes em estatura, possuem pele esverdeada e grandes presas parecidas com a de um javali. São inimigos jurados dos t'lan imass.
Sua fonte de magia vem do Labirinto Ancestral do Gelo: Omtose Phellack.
T'lan Imass
Esta é uma imagem de Onos Toolan, conhecido como Tool, a Primeira Espada de Logros T'lan Imass.
Os t'lan imass são um grupo enigmático. Sua aparência remete aos homens de Neandertal, e são humanoides primitivos que usam armas de pedra. O que vocês precisam saber para o primeiro livro é que eles são uma das quatro raças fundadoras. Os t'lan imass retiram sua magia do Labirinto Ancestral do Fogo: Tellan.
Forkrul Assail
A última das quatro raças fundadoras. Eles não são muito importantes para o livro Jardins da lua, mas vocês verão muitas menções a eles neste primeiro livro.
Eles retiram sua magia do Labirinto Ancestral da psiquê: Ahkrast Korvalain.
Dragões
Dragões também participam de eventos importantes na série, mas eles permanecem por trás dos bastidores. Vocês terão pequenas visões deles de vez em quando, mas vão ter que esperar até os últimos livros da série para entender sua real importância.
Dragões retiram sua magia de seu próprio Labirinto Ancestral: Starvald Demelain.
Na segunda parte deste Guia, vamos falar um pouco sobre os deuses e a magia do mundo de Malazan.
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