Mei e Satsuki são duas irmãs que se mudam para o interior do Japão para ficarem mais próximas de sua mãe doente. Lá, elas encontram um estranho jardim onde vive uma criatura gigante.
Sinopse:
As irmãs Satsuki e Mei se mudam para o campo para ficar mais perto do hospital onde sua mãe está internada. Lá conhecem os Totoros, adoráveis criaturas místicas e alegres, que só podem ser vistas pelas crianças. Com eles, as duas irmãs viverão mágicas aventuras no campo.
Em primeiro lugar quero me desculpar por demorar tanto para continuar esta série de reviews em homenagem a Hayao Miyazaki. Fui tomado de muitas obrigações na metade do ano o que acabou me impedindo de continuar a postar aqui. Mas, espero poder dar a devida dedicação nos próximos meses.
Meu Vizinho Totoro certamente é um contraste em relação a última animação que eu apresentei aqui. Digo isto porque Túmulo dos Vagalumes tem um teor muito mais sério e pesado do que Meu Vizinho Totoro. Aqui temos um tom mais jovial e positivo na trama. A animação é uma das mais queridas dentre os produzidos pelo Studio Ghibli. São tratados temas como a família, o respeito à natureza e a união. Para mim, assistir Meu Vizinho Totoro representou 90 minuto de muito prazer e leveza. Me recordo que terminei de ver o anime e senti meu espírito elevado.
As irmãs Mei e Satsuki se mudam para uma casa no interior do Japão. O pai delas precisou fazer isto porque a mãe das meninas foi internada em um hospital próximo a este lugar com uma doença da qual o autor não diz o que é. Mas, parece ser algo grave porque a mãe precisa ficar internada por algum tempo. O pai das meninas é um professor universitário e as duas passam boa parte do dia sozinhas. Satsuki vai a escola enquanto Mei precisa ficar com uma gentil senhora que cuida dela. Ao explorarem o quintal de sua nova casa, Mei descobre um caminho secreto através de um arbusto que a leve até uma árvore enorme onde vive uma criatura gigante. Esta criatura é um troll, uma espécie de guardião da floresta. Mas, Mei não consegue falar o nome dele direito e, ao invés de falar To-ro-ru (a pronúncia de troll em japonês), ela fala To-to-ru. A trama acelera quando elas recebem uma ligação do hospital dizendo que a mãe havia piorado. Elas ficam muito tristes, mas desejam ver a mãe a qualquer custo.
A história é muito bonita. Este tom leve e jovial está presente em todos os momentos da animação. A própria paleta de cores empregada por Miyazaki revela isto. Todas as cenas são repletas de tons pasteis. Para nós, atualmente, a animação vai parecer estranha porque me parece que existem duas imagens se alternando nas cenas. Não conheço muito sobre animação, mas a percepção que eu tenho como leigo é de que eu estou vendo duas cenas na tela, mas estas são tão homogêneas que, ao invés de me causar estranhamento, me dá uma falsa sensação de profundidade. Os momentos de escuridão no anime são os momentos relacionados à solidão e à tristeza, que são raros.
Miyazaki emprega o seu hall de criaturas ligadas à natureza que acabam por montar uma espécie de enciclopedia que ele usa em vários animes. O Totoro aparece em outras animações através de outras formas. Miyazaki gosta de apresentar um guardião da floresta, meio que destacando a importância quase religiosa de a tratarmos com respeito. Mesmo o pai das meninas demonstra muito respeito pela árvore sagrada no templo próximo à casa. As meninas pedem permissão ao pequeno templo na estrada para se proteger da chuva. Gosto da maneira como o autor trata a relação do homem com a natureza. Todos na vila se ajudam mutuamente e vivem em comunhão com aquilo que a terra lhes dá. A Vovó mostra com orgulho os frutos de sua colheita: berinjelas, cenouras, batatas. A felicidade vem das coisas simples da vida. O Totoro protege aqueles que protegem a natureza. Ele acaba ajudando as meninas em diversas ocasiões ao perceberem o espírito inocente delas.
Os pequenos espíritos que assombram a casa são outros monstros da mitologia de Miyazaki. Eles representam a energia negativa e os maus pensamentos. A forma de se livrar destas bolas de poeira é sorrir. Como não apreciar a imaginação de um autor com uma mente tão bonita? As cenas das meninas rindo para afastar os espíritos ruins são de uma beleza e de uma inocência não vista mais nos dias de hoje. Quando as meninas brigam entre elas, os pequenos gremlins aparecem espreitando nas redondezas. Outros animais fantásticos que surgem são pequenos coelhos que gostam de pegar avelãs, mas sempre as deixam cair porque pegam muitas delas. É através destes coelhos que Mei consegue chegar até o Totoro.
A união da família é ressaltada a todo momento durante a animação. As meninas se preocupam com o pai porque ele chega tarde do trabalho e esqueceu de levar o guarda-chuva. Ou a pequena Mei corre atrás de Satsuki porque sente saudades. Isso tudo com o plot da mãe doente que faz falta naquela família. Não só é uma história de união como também de amor e superação. As dificuldades existem, mas se mantivermos o pensamento positivo podemos atravessar qualquer obstáculo. Essa foi a mensagem passada pelo filme para mim. Houve o momento de crise quando Mei e Satsuki brigaram, mas quando as duas se encontraram e resolveram suas diferença, tudo acabou bem.
Achei belíssima a animação e recomendo a todos, não importa a idade. Compreendo que o anime pode parecer bobo ou infantil demais, mas acho que vale a pena. São tão poucos os filmes hoje que tratam dessa temática que é preciso vasculhar até encontrar algo semelhante. O visual da animação também contribui para a jovialidade apresentada no enredo.
É isso, gente. A próxima resenha será sobre O Serviço de Entregas da Kiki (que eu vou ver ainda hoje ou amanhã).
Ficha Técnica:
Nome: Meu Vizinho Totoro
Diretor: Hayao Miyazaki
Produtor: Toru Hara
Roteirista: Hayao Miyazaki
Estúdio: Studio Ghibli
País de Origem: Japão
Tempo de Duração: 87 min
Ano de Lançamento: 1988
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