Na semana passada comentamos sobre as melhores HQs do ano. Nesta semana, hora de falarmos dos melhores livros do ano. A equipe Ficções Humanas pegou até 5 livros para compor essa lista.
Esse ano tivemos muitas leituras sensacionais. E é para relembrar essas leituras e indicá-las a vocês que fazemos essas listas de fim de ano. Pensem também o quanto os gostos de cada um dos membros da equipe são bem distintos um do outro. Isso é riqueza, em se falando de literatura de gênero. Temos aqui clássicos, young adults, literatura nacional, realismo mágico. Ou seja, vários tipos de histórias.
Escolhas de Paulo Vinicius F. dos Santos:
"O Céu de Pedra" (A Terra Partida vol. 3) de N.K. Jemisin
Ficha Técnica:
Nome: O Céu de Pedra
Autora: N.K. Jemisin
Série: A Terra Partida vol. 3
Editora: Morro Branco
Gênero: Fantasia
Número de Páginas: 464
Ano de Publicação: 2017
Outros volumes:
*Material enviado em parceria com a Editora Morro Branco
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Sinopse: ESTA É A MANEIRA COMO O MUNDO ACABA... PELA ÚLTIMA VEZ.
A Lua logo irá retornar. Se isso significa a destruição da humanidade ou algo pior irá depender de duas mulheres.
Essun herdou o poder de Alabaster Tenring. Com ele, ela espera encontrar sua filha Nassun e forjar um mundo em que cada criança orogene pode crescer a salvo.
Para Nassun, o controle de sua mãe sobre o Portão Obelisco veio muito tarde. Ela viu o mal que existe no mundo, e aceitou o que sua mãe não consegue admitir: que algumas vezes aquilo que é corrupto não pode ser purificado, apenas destruído.
Comentários: Que livro! Que final! O Céu de Pedra coroa a trajetória de Essun que acompanhamos desde o primeiro volume. Jemisin cria um mundo aterrorizante em que uma personagem tenta sobreviver enquanto lida com a realidade de ter que ir atrás de sua filha. Uma narrativa humana demais, emotiva demais. Impossível não se emocionar com esse livro. Quem ainda desdenha ou critica esta série como um todo, não sabe o que está falando. Desde os aspectos técnicos da arte de escrever histórias, ao desenvolvimento de personagens e até aos pontos de interesse e de criação de um mundo vivo e pulsante. Esta mulher fabulosa criou um clássico instantâneo.
"Babel-17/Estrela Imperial" de Samuel R. Delany
Ficha Técnica:
Nome: Babel-17
Autor: Samuel R. Delany
Editora: Morro Branco
Gênero: Ficção Científica
Tradutor: Petê Rissatti
Número de Páginas: 279 (+114 de Estrela Imperial)
Ano de Publicação: 2019
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*Material enviado em parceria com a Editora Morro Branco
Sinopse: Aos 26 anos, Rydra Wong é a poeta mais popular das cinco galáxias conhecidas.
Quase telepaticamente perspicaz, sua obra captura o humor da humanidade após duas décadas de guerra selvagem. Desde a Invasão, a humanidade sofreu com fome, pragas e canibalismo – mas sua maior catástrofe será Babel-17.
Em meio a suspeitas de sabotagem, Rydra é convocada pelas Forças Armadas para analisar as ondas sonoras que precedem e sucedem cada ataque que ameaça minar os esforços da guerra. E no que aparenta ser um eco sem nexo, ela reconhece uma mensagem coerente, com toda a beleza, ordem e poder de persuasão que só uma língua possui.
Agora, Rydra precisa reunir uma equipe improvável e dominar essa língua estranha. Ao compreender melhor o outro lado, será que conseguirá resistir à tentação de se juntar a ele?
Comentários: Desde que a Morro Branco anunciou que lançaria Babel-17 em 2019, eu fiquei ansioso. Mês após mês eu perguntava à nossa social media quando o livro sairia. Isso porque, assim como Octávia E. Butler, ficamos órfãos de Delany por tempo demais. Precisávamos saber por que este autor é um dos grandes mestres da ficção científica. E ele mostra isso como ninguém em Babel-17. Com uma premissa simples e um desenvolvimento ousado, ele nos leva junto a Rydra Wong em uma jornada para entendermos como somos capazes de nos comunicar uns com os outros. E se realmente somos capazes de nos comunicar com o próprio universo. Estou aqui cruzando os dedos para que a editora compre a ideia de trazer mais obras do Delany para nós, principalmente algumas das mais ousadas como Nova ou Dhalgren.
"The Calculating Stars" (The Lady Astronaut Series vol. 1) de Mary Robinette Kowal
Ficha Técnica:
Nome: The Calculating Stars
Autora: Mary Robinette Kowal
Série: The Lady Astronaut Series vol. 1 Editora: Tor Books
Gênero: Ficção Científica
Número de Páginas: 432
Ano de Publicação: 2018
Outros Volumes:
The Fated Sky (vol. 2)
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Sinopse: Em uma noite fria de verão de 1952, um enorme meteorito caiu na Terra e obliterou a maior parte da costa leste dos Estados Unidos, incluindo Washington D.C. O cataclismo climático que se sucedeu irá logo tornar a Terra inabitável para a humanidade, assim como o último meteorito fez com os dinossauros. Esta ameaça que paira no ar obriga um esforço radicalmente acelerado para colonizar o espaço, e faz com que a maior parte da humanidade tome parte no processo.
A experiência de Elma York como uma piloto WASP e como matemática fornece a ela um lugar nos esforços da Coalização Aerospacial Internacional para levar o homem à lua, como uma calculadora. Mas com tantas pilotos mulheres habilidosas e experientes e cientistas envolvidas com o programa, não leva muito tempo até que Elma comece a se questionar porque elas também não podem ir ao espaço.
A necessidade de Elma em se tornar a primeira Dama Astronauta é tão forte que mesmo as convenções mais comuns da sociedade não terão uma chance contra ela.
Comentários: Fazia algum tempo que eu não me animava com romances de ficção alternativa. Ou seja, histórias que pegam algum acontecimento histórico e mudam alguma coisa nele. E a Mary Robinette Kowal conseguiu criar uma bela narrativa que fala da luta feminina pela igualdade. Muitos comparam esse livro ao filme Estrelas Além do Tempo e a autora até já foi acusada de plágio (apesar de ela ter concebido o livro quatro anos antes). Elma é uma mulher que luta por aquilo que deseja e consegue abrir as portas da NASA para que a humanidade conseguisse explorar outros planetas. Ela é a nossa Lady Astronauta e conseguiu um lugar no meu coração.
"Aprendiz de Assassino" (A Saga do Assassino vol. 1) de Robin Hobb
Ficha Técnica:
Nome: O Aprendiz de Assassino
Autora: Robin Hobb
Série: A Saga do Assassino vol. 1
Editora: Suma
Gênero: Fantasia
Tradutor: Orlando Moreira
Número de Páginas: 376
Ano de Publicação: 2019 (nova edição)
Outros Volumes:
O Assassino do Rei (vol. 2)
A Fúria do Assassino (vol. 3)
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*Material enviado em parceria com a editora Suma
Sinopse: Com personagens cativantes, tramas políticas complexas e lutas cheias de magia e reviravoltas, O aprendiz de assassino é tudo o que um fã do gênero pode esperar de uma ótima fantasia épica.
Fitz tem seis anos de idade quando seu avô o joga aos pés de um guarda real e anuncia que a partir de então o pai deve cuidar do bastardo que produziu ― e o pai de Fitz é ninguém menos que Chilvary Farseer, o príncipe herdeiro dos Seis Ducados.
Excluído pela realeza, mas importante demais para ser abandonado, Fitz é criado à sombra da corte, protegido pelo mestre dos estábulos e crescendo em meio aos criados e plebeus da Cidade de Torre do Cervo.
No entanto, um bastardo real é uma peça perigosa, e o rei Shrewd não demora a convocá-lo. Carregando no sangue a magia ancestral do Talento e uma habilidade ainda mais instintiva de se comunicar com os animais, Fitz passa a ser treinado para se tornar um assassino a serviço do rei.
Quando saqueadores selvagens começam a atacar as regiões costeiras dos Seis Ducados, Fitz recebe sua primeira missão. Embora alguns o vejam como uma ameaça, o jovem bastardo vai provar que pode ser a chave para a sobrevivência do reino.
Comentários: A habilidade de entender a psiquê dos personagens e como eles funcionam é uma arte difícil de ser dominada. Aqui, Robin Hobb nos mostra como fazer isso com maestria. Nos fazer importar com alguém, nos emocionar, desejar acompanhar do começo ao fim. É isso o que testemunhamos nesse primeiro volume. Fitz é um personagem que começa pequeno e vai ganhando importância à medida em que os acontecimentos se sucedem. Mas, é preciso alertar que essa é uma leitura lenta e processual. Hobb manifesta sua habilidade como contadora de histórias, logo ela não se preocupa com quanto tempo ela vai levar para alcançar seu objetivo. Ou seja, esse é um material para ser lido com parcimônia.
"A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil" (Wayfarers vol. 1) de Becky Chambers
Ficha Técnica:
Nome: A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil
Autora: Becky Chambers
Série: Wayfarers vol. 1
Editora; DarkSide Books
Gênero: Ficção Científica
Tradutora: Flora Pinheiro
Número de Páginas: 352
Ano de Publicação: 2017
Outros Volumes:
A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada (vol. 2)
Record of a Spaceborn Few (vol. 3)
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Sinopse: O livro de Becky Chambers é um marco recente no universo da ficção científica. Lançado originalmente através de financiamento coletivo pela plataforma Kickstarter, ele conquistou a crítica especializada e os ainda mais exigentes fãs do gênero, sendo indicado para prêmios respeitados, como o Arthur C. Clarke Award e o Hugo Award.
Um dos motivos do sucesso de A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil é a abordagem da história. Elementos essenciais em qualquer narrativa sci-fi estão muito bem representados, como a precisão científica e suas possíveis implicações políticas. O gatilho principal é a construção de um túnel espacial que permitirá ao pequeno planeta do título participar de uma aliança galáctica.
Mas o que realmente torna único esse romance on the road futurístico e muito divertido são seus personagens. Instigantes, complexos, tridimensionais. A autora optou por contar a história de gente como a gente — ainda que nem todos sejam terráqueos, ou mesmo humanos. A tripulação da nave espacial Andarilha é composta por indivíduos de planetas, espécies e gêneros diferentes, incluindo uma piloto reptiliana, uma estagiária nascida nas colônias de Marte e um médico de gênero fluido, que transita entre o masculino e o feminino ao longo da vida. Temas como amizade, racismo, poliamor, força feminina e novos conceitos de família fazem parte do universo do livro, assim como cada vez mais fazem parte do nosso mundo.
Comentários: Assim como O Aprendiz de Assassino, temos mais uma narrativa que se foca em desenvolver personagens. Becky Chambers nos coloca dentro da Andarilha e vivendo ao longo de pessoas marcantes. Desde alienígenas reptilianos com grande sensibilidade até IAs que são mais humanas do que muitos humanos reais. A autora criou personagens tão bons que eu gostaria de estar ao lado deles.
Escolhas de Amanda Barreiro:
"Frankenstein" de Mary Shelley
Ficha Técnica:
Nome: Frankenstein ou o Prometeu Moderno
Autora: Mary Shelley
Editora: Penguin Companhia das Letras Gênero: Ficção Científica
Tradutor: Christian Schwartz
Número de Páginas: 424
Ano de Publicação: 2015 (no Brasil)
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Sinopse: O arrepiante romance gótico de Mary Shelley foi concebido quando a autora tinha apenas dezoito anos. A história, que se tornaria a mais célebre ficção de horror, continua sendo uma incursão devastadora pelos limites da invenção humana.
Obcecado pela criação da vida, Victor Frankenstein saqueia cemitérios em busca de materiais para construir um novo ser. Mas, quando ganha vida, a estranha criatura é rejeitada por Frankenstein e lança-se com afinco à destruição de seu criador.
Introdução e Notas por Maurice Hindle. Este volume inclui todas as revisões feitas por Mary Shelley, uma introdução da autora e textos críticos de Percy B. Shelley e Ruy Castro. E ainda um apêndice com textos de Lorde Byron e do dr. John Polidori.
Comentários: Considerada a mãe da ficção científica e do terror gótico, Mary Shelley atinge a perfeição da escrita literária em Frankenstein. Considerando-se ainda todo o contexto de escrita, da época e da vida pessoal da autora, Frankenstein é absolutamente irretocável. Não só foi uma leitura surpreendente, mas também muito significativa.
"Cem Anos de Solidão" de Gabriel Garcia Marquez
Ficha técnica:
Nome: Cem Anos de Solidão - Edição Especial
Autor: Gabriel Garcia Márquez
Editora: Record
Gênero: Realismo Mágico
Tradutor: Eric Nepomuceno
Número de Páginas: 432
Ano de lançamento: 2017
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Sinopse: Edição comemorativa em capa dura de 50 anos de publicação da obra-prima de Gabriel García Márquez. Neste que é um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX.
Comentários: Não poderia esperar menos de um dos maiores livros que a América Latina já produziu. Foi uma leitura desafiadora, exigiu tempo, concentração e coração para conseguir perceber tudo que o brilhante Gabo transmitiu em seu magnus opus, mas valeu cada letra, cada linha, cada página.
"As Intermitências da Morte" de José Saramago
Ficha Técnica:
Nome: As Intermitências da Morte
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Ficção
Número de Páginas: 208
Ano de Publicação: 2005
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*Material enviado em parceria com a editora Companhia das Letras
Sinopse: "Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto", escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. Só mesmo um grande romancista para desnudar ainda mais a terrível figura. Apesar da fatalidade, a morte também tem seus caprichos. E foi nela que o primeiro escritor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel da Literatura buscou o material para seu novo romance, As intermitências da morte. Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema. Idosos e doentes agonizam em seus leitos sem poder "passar desta para melhor". Os empresários do serviço funerário se vêem "brutalmente desprovidos da sua matéria-prima". Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não pára de aumentar. O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque "sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja". Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna? Ao fim e ao cabo, a própria morte é o personagem principal desta "ainda que certa, inverídica história sobre as intermitências da morte". É o que basta para Saramago, misturando o bom humor e a amargura, tratar da vida e da condição humana.
Comentários: Um diálogo entre a vida e a morte que traz valiosas mensagens sobre a efemeridade do nosso tempo neste mundo, e no quanto deixamos de viver pensando no inevitável. Não foi uma leitura fácil, mas nem deveria ser. Saramago propõe reflexões que transformam a própria essência do leitor e o marcam profundamente. Foi uma das leituras mais inteligentes e relevantes do meu 2019.
"Oryx e Crake" da Margaret Atwood
Ficha técnica:
Título: Oryx e Crake #1
Série: MaddAddão
Autora: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Gênero: Ficção científica
Tradução: Léa Viveiros de Castro
Número de páginas: 352
Ano de lançamento (no Brasil): 2018
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Sinopse: Em Oryx e Crake, a prosa sofisticada de Atwood viaja até um futuro próximo, ainda bastante familiar, mas ao mesmo tempo estranho e bizarro para o leitor. O mundo é apresentado como um lugar pós-apocalíptico e melancólico, habitado por criaturas biologicamente modificadas e tomadas pelo vício. O resultado é uma distopia absolutamente original, um lugar onde a civilização e a linguagem desapareceram quase completamente. Primeiro de uma trilogia que inclui O ano do Dilúvio e se encerra com o ainda inédito Maddadão, Oryx e Crake consolida Margaret Atwood como um dos grandes nomes do gênero ficção científica, com histórias marcadas por questões éticas e morais sobre o futuro da humanidade.
Comentários: Atwood sempre entra em qualquer lista minha, nenhuma novidade por aqui. Não foi diferente com Oryx e Crake, mas confesso que existiu uma relação de amor e ódio nessa leitura, tão chocante que foi. É o tipo de livro que te faz sentir aversão, medo, aflição e te tortura até as últimas páginas com uma história que de ficção não tem quase nada. Pela genialidade e pela capacidade de atingir o leitor com tanta intensidade, Oryx e Crake foi uma das minhas melhores leituras do ano.
"De Volta para Casa" (Crianças Desajustadas vol. 1) de Seanan McGuire
Ficha Técnica:
Título: De Volta Para Casa
Autora: Seanan McGuire
Série: Crianças Desajustadas #1
Editora: Morro Branco
Gênero: Fantasia, Young Adult
Tradução: Ana Death Duarte
Número de Páginas: 184
Ano de lançamento (no Brasil): 2018
Outros Volumes:
Entre Gravetos e Ossos (vol. 2)
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*Material enviado em parceria com a Editora Morro Branco
Sinopse: "...e a única pessoa que pode lhe dizer como sua história termina é você".
Crianças sempre desapareceram nas condições certas: escorregando pelas sombras debaixo da cama, atrás de um guarda-roupa ou caindo em buracos de coelhos e em poços velhos, para emergir em algum lugar... diferente.
Nancy viajou para um desses lugares, e agora está de volta. As coisas que ela viu... mudam uma pessoa para sempre. E as crianças sob os cuidados de Eleanor West compreendem isso muito bem: cada uma delas procura a porta de volta ao seu próprio universo fantástico, mas poucas conseguem encontrá-la. Afinal, mundos mágicos têm pouca utilidade para crianças cujos milagres já foram usados.
A chegada de Nancy marca também uma terrível mudança no internato. Há uma escuridão pairando à cada esquina, e quando a tragédia ataca, Nancy e seus colegas precisam desvendar o mistério.
Não importa o custo.
Comentários: Essa foi a leitura mais rápida, mais curta e uma das mais interessantes que fiz em 2019. De Volta Para Casa é bonito, sensível, delicado e inclusivo, características que encantam até o leitor mais exigente logo nas primeiras páginas. O desenvolvimento da história é incrível e viciante e o único defeito (ou não) é fazer o leitor se desesperar pela continuação.
Escolhas de Diego Araujo:
"O Colecionador" de John Fowles
Ficha Técnica:
Nome: O Colecionador
Autor: John Fowles
Editora: DarkSide Books
Gênero: Terror
Tradutor: Antônio Tibau
Número de Páginas: 256
Ano de Publicação: 2018
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Sinopse: O Colecionador é a história de Frederick Clegg, um homem solitário, de origem humilde, menosprezado por uma sociedade esnobe, que encontra o grande amor de sua vida. Tudo o que ele deseja é passar um tempo a sós com ela, demonstrar seus nobres sentimentos e deixar claro que eles nasceram um para o outro. O Colecionador também é a história de Miranda Gray, uma jovem estudante de artes sequestrada por um maníaco que acha que pode obrigá-la a se apaixonar por ele. Tudo o que ela deseja é escapar do cativeiro, e vai usar de toda sua inteligência para sobreviver ao inferno em que sua vida se transformou. O Colecionador é um livro narrado por dois personagens antagônicos: o sequestrador e sua vítima. Ferdinand e Miranda. Todos temos um pouco dos dois dentro de nós, concluímos ao final de suas páginas — quem consegue se desgrudar delas? Essa obra-prima lançada em 1963 continua perigosamente atual. Best-seller internacional, e ainda um sucesso de venda nos sebos após décadas fora de catálogo no Brasil, o grande romance de estreia de John Fowles está de volta com uma edição digna de colecionador, e aquele padrão de qualidade psicopata que só a DarkSide Books tem. Com direito a capa dura, prefácio do mestre Stephen King e outros conteúdos inéditos. O feminismo, a solidão, a luta de classes, a liberdade, o que pode ou não ser considerado arte e o que pode ou não ser considerado amor... estes são apenas alguns dos temas que o autor traz à tona. Numa época sem textão de redes sociais, era com literatura de qualidade que pensadores dissecavam o mundo à sua volta. Com O Colecionador, a DarkSide abre a janela para que Miranda consiga sair do cativeiro e que sua história volte a encantar novas gerações de leitores.
Comentário: O tema não é dos mais inovadores, sobre um sequestro e aprisionamento da vítima, embora o sequestrador tenha a sua personalidade singular.O mérito deste livro está na forma narrativa. Apresenta a perspectiva tanto do sequestrador quanto da vítima, cada um complementando o outro. A forma de narrar é condizente com o personagem focado, bem como o tipo de informação é retratada.
"Museu do Crime" de Tito Prates
Ficha Técnica:
Nome: Museu do Crime
Autor: Tito Prates
Editora: Monomito Editorial
Gênero: Policial
Número de Páginas: 402
Ano de Publicação: 2019
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*Material enviado em parceria com a Monomito Editorial
Sinopse: Uma série de mortes, até então desconectadas, começa a assombrar os moradores de São Paulo. Em todas elas o assassino deixa sua marca: a unha do dedinho do pé pintada de rosa.
O delegado Meireles e sua equipe de investigadores se empenham em desvendar o mistério por trás dessas mortes horrendas e descobrem que lidam com um serial-killer copycat e que a resposta à pergunta “quem será a próxima vítima?” pode estar no Museu do Crime!
Agora a polícia enfrenta o relógio e sua limitação de recursos para tentar descobrir a identidade do assassino e impedi-lo de causar mais mortes e terror na sociedade, enquanto uma trama cheia de mistérios vem à tona e Tito Prates te convida a desvendá-la.
Comentários: Tito Prates foi capaz de entregar tudo o que um romance policial tem de melhor, além de trazer um humor inteligente mesmo sendo vulgar. O protagonista experiente e prestes a se aposentar prova suas qualidades e limites, demonstra a competência a partir de reconhecer a si e os colegas de trabalho enquanto investiga as pistas de mortes inspiradas no museu que existe de verdade, reproduzindo os fatos nesta ficção cujo vilão deixa uma marca como assinatura de seu crime. Tantas mortes cruéis vindas de alguém ambicioso cuja identidade é ocultada pelo enredo bem planejado, tornando difícil a descoberta antes do momento final.
"Changeling" de Victor LaValle
Ficha Técnica:
Nome: Changeling
Autor: Victor LaValle
Editora: Morro Branco
Gênero: Terror
Tradutor: Petê Rissatti
Número de Páginas: 560
Ano de Publicação: 2019
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*Material enviado em parceria com a Editora Morro Branco
Sinopse: Foi na literatura que Apollo Kagwa encontrou refúgio depois de seu pai abandoná-lo e é do amor aos livros que ele faz sua renda, com um negócio chamado Improbabilia. Ele está se adaptando à nova rotina depois de ter um filho com Emma, sua esposa bibliotecária, quando algo nela muda. A falta de energia e de interesse da mãe pela criança poderiam ser sintomas de uma depressão pós-parto – mas quando Emma toma uma atitude drástica, fica claro que o problema é mais grave que isso.
Agora, em busca de sua família, Apollo vai descobrir o que se esconde nas sombras de Nova York. Nesta jornada sombria, ele encontrará lugares há muito perdidos e aprenderá a temer mais as nuances das pessoas que ama do que as lendas que se concretizam diante de seus olhos. Em Nova York, nem tudo é o que parece.
Comentários: Romances com propostas a tratar de muitos assuntos sofrem o perigo de entregar nada relevante em nenhum deles, o que não é o caso de Changeling. O romance explora várias dificuldades da paternidade no mundo contemporâneo, conforme a situação social e financeira. Aborda a literatura e o preço dado a ela em determinadas circunstâncias, e ainda inclui a questão da segurança digital ao usar as redes sociais. Os elementos fantásticos não têm pressa de aparecer, e sua presença também é singular, provoca interpretações do quanto o sobrenatural ocorre de verdade na trama, e ainda assim afeta os personagens principais de modo bem realista.
"Uma Mulher no Escuro" de Raphael Montes
Ficha Técnica:
Nome: Uma Mulher no Escuro
Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Suspense/Thriller
Número de Páginas: 256
Ano de Publicação: 2019
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*Material enviado em parceria com a Companhia das Letras
Sinopse: Um crime brutal cometido há vinte anos, uma única sobrevivente, o retorno calculado do assassino. Em quem Victoria deve confiar? Neste thriller psicológico, Raphael Montes une romance e suspense em uma narrativa intrincada e sedutora.
Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro.
Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar. Obrigada a enfrentar sua própria tragédia, Victoria embarca em uma jornada de amadurecimento e descoberta que a levará a zonas obscuras, mas também revelará as possibilidades do amor. Um psiquiatra, um amigo feito pela internet e um possível namorado ― qual dos três homens está usando tudo o que sabe para aterrorizar a vida de Vic? E o que afinal ele quer com ela?
Na literatura nacional, Raphael Montes é unanimidade quando se trata de livros de suspense. Uma mulher no escuro traz sua primeira protagonista feminina e confirma o autor como um dos mais originais da atualidade ― além de deixar o leitor intrigado do começo ao fim.
Comentário: Raphael Montes demonstra a qualidade de alguém capaz de escrever bem e arquitetar uma ótima história. O texto de Uma Mulher no Escuro tem várias camadas de interpretação, e são nessas que acontece o jogo de investigação quanto ao vilão da história junto ao leitor. A descrição entrega cenas sem remorsos, de situações motivadas e reveladas no decorrer das confissões e revelações. Explora ainda um tema pouco usado, sensível demais a ser enclausurado no tabu, o da sexualização infantil e problemas decorrentes da falta de conscientização aos jovens, que acabam recebendo apenas a pior influência sobre o assunto. Foi o primeiro livro que li do autor, vi outras resenhas criticando este trabalho dele por considerá-lo longe de ser o melhor ― outros dizem ser ruim mesmo. De todo modo acabei de expor os motivos de ele ser o meu favorito entre as leituras feitas para o Ficções Humanas, e ver as outras críticas aumenta minhas expectativas sobre os outros livros de Raphael Montes.
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