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Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "A Biblioteca da Meia-Noite" de Matt Haig

Com 37 anos, Nora Seed é uma mulher de muitos talentos e poucas conquistas. Sem sucesso no amor e na vida profissional, ela vê sua existência como sendo um vazio sem sentido. Depois de uma péssima decisão, Nora vai parar em uma estranha biblioteca formada por várias possibilidades que sua vida poderia ter tido.


Sinopse:


Aos 35 anos, Nora Seed é uma mulher cheia de talentos e poucas conquistas. Arrependida das escolhas que fez no passado, ela vive se perguntando o que poderia ter acontecido caso tivesse vivido de maneira diferente. Após ser demitida e seu gato ser atropelado, Nora vê pouco sentido em sua existência e decide colocar um ponto final em tudo. Porém, quando se vê na Biblioteca da Meia-Noite, Nora ganha uma oportunidade única de viver todas as vidas que poderia ter vivido.


Neste lugar entre a vida e a morte, e graças à ajuda de uma velha amiga, Nora pode, finalmente, se mudar para a Austrália, reatar relacionamentos antigos – ou começar outros –, ser uma estrela do rock, uma glaciologista, uma nadadora olímpica... enfim, as opções são infinitas. Mas será que alguma dessas outras vidas é realmente melhor do que a que ela já tem?


Em A Biblioteca da Meia-Noite , Nora Seed se vê exatamente na situação pela qual todos gostaríamos de poder passar: voltar no tempo e desfazer algo de que nos arrependemos. Diante dessa possibilidade, Nora faz um mergulho interior viajando pelos livros da Biblioteca da Meia-Noite até entender o que é verdadeiramente importante na vida e o que faz, de fato, com que ela valha a pena ser vivida.





Alerta de gatilho: suicídio.




Essa resenha vai ser tomada por como fui afetado emocionalmente por esse livro. E vou acabar misturando análise do livro com algumas situações pessoais. Porque aconteceu de esse livro cair no meu colo em um momento em que precisava lê-lo. Não digo que estava passando pelos dilemas vividos pela protagonista, mas fazia algumas das perguntas dela. Não se preocupem, não tenho nenhum dos instintos destrutivos de Nora, mas é inevitável que em uma certa etapa da vida nos perguntemos o que poderíamos feito diferente. Uma decisão errada, um amigo que não ajudamos ou um amor nunca realizado. Esses múltiplos arrependimentos que vão corroendo nossa alma e minando a confiança. Ao lado de Nora, vivi essa trajetória, buscando entendê-la e a seus dilemas ao mesmo tempo em que tinha minhas próprias perguntas que o livro me ajudou a responder. Várias das conclusões eu já havia chegado no passado, mas sabe quando nosso coração não quer mais enxergar ou se recusa a isso? A Biblioteca da Meia-Noite pode não ter sido o melhor livro do ano, o mais bem escrito, o mais apurado tecnicamente, mas é o que me fez chorar copiosamente como um adolescente. Em um momento em que precisava ouvir algumas verdades sobre a vida.


"Os seres humanos são fundamentalmente criaturas limitadas e generalizadoras, vivendo no piloto automático que tornam retas as ruas curvas em sua mente, o que explica por que se perdem o tempo todo."

Acompanhamos a história de Nora Seed, uma mulher inteligente, formada em filosofia e com vários outros talentos, mas que trabalha em uma loja de música chamada Teoria das Cordas e mora em uma cidade sem futuro chamada Bedford. Nora é a típica "tia dos gatos"; inclusive ela tem um chamado Voltaire. Ela sofreu várias perdas em sua vida e isso a fez se tornar introspectiva e desesperançosa. Em sua cabeça, Nora sente que é desnecessária ao mundo. Quando uma sequência de situações ruins acontecem como a perda de seu emprego (mesmo que ruim e pagando mal) e a morte de seu gato a fazem entrar em uma espiral depressiva que a leva a tomar uma péssima decisão. Quando ela desperta, se encontra em uma enorme biblioteca feita de livros com lombadas e capas na cor esverdeada. Como bibliotecária, ela encontra a sra. Elm, que era responsável pela biblioteca de sua escola durante a sua adolescência. Uma pessoa que lhe deu carinho e afeto no momento em que ela esteve em um estágio muito frágil. Essa biblioteca é uma espécie de limbo entre a vida e a morte e é formada por livros contendo todas as possibilidades de vidas que Nora poderia ter vivido. A missão de Nora é simples: encontrar uma vida que a satisfaça para que ela possa vivê-la no lugar da sua original. Mesmo a contragosto dela mesma.


Quero deixar o meu alerta para a Bertrand Brasil que publicou esse livro e não colocou nenhum alerta de gatilho na quarta capa ou nas páginas seguintes. Esse é um livro que vai lidar com questões de suicídio. Inclusive tem uma descrição gráfica da personagem cometendo o ato propriamente dito. Em um livro que é voltado para um público adolescente e no início da fase adulta, não avisar é bem ruim.



"Fazer uma coisa diferente é, com frequência, o mesmo que fazer tudo de maneira diferente. Ações não podem ser desfeitas dentro de uma existência, não importa o quanto se tente..."

Matt Haig nos traz um livro que traz assuntos bastante profundos, mas com uma linguagem ágil, descolada e inovadora. Não diria que se trata de um Young Adult, mas de um New Adult, um subgênero comentado por alguns críticos que se situa em uma faixa etária um pouco acima do YA. Os capítulos são, em sua maior parte, bem curtinhos, o que fornece ganchos consistentes para o leitor que devora a leitura. Eu mesmo levei três dias para terminar a leitura e sinto que poderia ter terminado em menos tempo do que isso se tivesse realmente me dedicado. A personagem tem uma forma de se expressar que gira entre o cool e o culto, levando em consideração sua própria formação. Se trata de uma narrativa em terceira pessoa, onisciente, mas a partir do ponto de vista da Nora. É aquele estilo de discurso narrativo que funciona como uma câmera pousada no ombro da protagonista. Acompanhamos a personagem como um todo, desde suas ações, aos diálogos e até seus pensamentos. Não senti qualquer dificuldade na leitura e o autor emprega a filosofia em vários momentos, principalmente Henry David Thoreau, o filósofo favorito de Nora. Mesmo quando Haig se debruça sobre a filosofia thoreauiana, é bem fácil de compreender e se conecta com a vivência de Nora.


A grande questão do livro é do que nos arrependemos. Ou se vale a pena nos arrependermos. Nora é uma pessoa que desistiu de sua vida no começo da narrativa. Ela não vê sentido em permanecer entre as pessoas. E esse sentimento de vazio existencial a vai colocando em uma espiral de negatividade que a leva a cometer suicídio. A realidade dói a ela. Mesmo coisas simples como não poder mais levar os remédios ao senhor Bannerjee, uma pessoa que até então dependia dela, a fazem refletir sobre sua existência. O suicídio é uma fuga dessa dor que permanece com ela até então. Ao entrar em contato com outras possibilidades de sua vida, Nora vai se dando conta de o quanto ela é capaz de fazer. Quantas coisas independem de talento ou conhecimento e dependem apenas da coragem e da força de vontade em persistir. O que o leitor percebe é o quanto a personagem se limita usando a palavra NÃO. Volta e meia somos pegos com uma fala de Nora citando que ela não foi capaz disso, não fez aquilo, não encarou aquilo outro. Nesse primeiro momento, parece que seus olhos não conseguem enxergar o que ela pode fazer.


"A mente solitária na cidade movimentada anseia por conexão porque acredita que a conexão humano-humano é o sentido de tudo. Mas, em meio à natureza pura (ou o "tônico selvagem", como Thoreau o chamava), a solidão assumia um caráter diferente. Tornava-se, em si mesma, um tipo de conexão. Uma conexão entre si mesma e o mundo. E entre ela e ela mesma."

Só que os arrependimentos de Nora possuem um sentido ainda mais profundo. São as decisões que ela gostaria de ter feito como ser uma nadadora olímpica, ser uma glaciologista ou ter casado com Dan, o cara que ama ela de verdade embora Nora não seja tão ligada a ele. Haig é astucioso em sua narrativa ao não fornecer exatamente o que Nora deseja. Nada garante à protagonista que a vida dela será a mesma coisa com a exceção da escolha que ela queria ter feito. A vida é formada por múltiplas variáveis, com pessoas que podem não ser como Nora enxergou um dia. Por exemplo, embora Dan seja um cara aparentemente legal com o sonho de ser dono de um pub no interior da Inglaterra, rapidamente descobrimos o quanto o homem é um babaca completo. Nora só foi condescendente com os pequenos sinais abusivos que ela presenciou vez ou outra e decidiu olhar de lado. Sua vida que era para ser feliz é apenas o de uma esposa submissa, que não deseja ter filhos e descobre que o marido a traiu algumas vezes. Esse é só um exemplo das surpresas que a protagonista vai ter ao longo da história.



Nos arrependermos das coisas é normal em qualquer existência. Quanto mais velhos ficamos, mais as decisões vão pesando nos nossos ombros. Isso porque a casa vai ficando maior com mais tijolos sendo sobrepostos um após o outro. Em um determinado momento da vida, vamos nos questionar sobre as coisas e nos perdermos divagando sobre o que poderia ter sido. Me peguei nesse último ano nesse loop infinito de digressões e isso vinha me consumindo. Trazendo infelicidade em uma vida que, mesmo com todos os obstáculos e desafios, é muito afortunada. Há duas conclusões possíveis a partir do que lemos em A Biblioteca da Meia-Noite. A primeira delas é que somos formados pela soma das decisões que escolhemos. Se quisermos mudar alguma destas decisões, seremos outra pessoa. A vida é formada de altos e baixos, de momentos tristes e felizes. Não há perfeição nisso e está tudo bem. Tem uma frase que uso desde os dezesseis anos e parece que eu tinha me esquecido recentemente e diz: "O que é, é." As coisas são como são; não há um sentido universal nisso. A segunda coisa que Nora passa ao longo do livro é o de aprender a observar e valorizar as pequenas coisas. Somos seres tão autocentrados que, com frequência, esquecemos o impacto que temos em vidas que passa marginalmente ao nosso redor. Como professor já passei por situações assim. De vidas que toquei sem sequer me dar conta disso.


Os problemas de Nora também vem de suas relações familiares. A péssima relação que ela teve com um pai que era exigente demais e uma comunicação ruim com o seu irmão. A relação dela com o pai vem de uma vontade dele de fazer com que sua filha tivesse o que ele não teve. Só que nossos filhos não nasceram para dar continuidade às nossas vidas. Suas escolhas são, quase sempre, diferentes das nossas. O fato de eu gostar de livros, por exemplo, não significa que um futuro filho meu venha a gostar disso. Nada me garante isso. Sem mencionar que Nora se sente responsável pelo casamento ruim de seus pais quando isso independia dela. Nos colocamos pesos nos pés que nem sempre nos pertencem. Aliás... o mundo não gira ao nosso redor. Não somos protagonistas do universo. Muitas vezes o que pensamos ser nossa responsabilidade, não é. É preciso ter um olhar sensível, vindo de fora para se dar conta dessa verdade simples. É chocante quando Nora percebe o quanto ela estava sendo arrogante e achando que tudo era culpa dela. Derivando disso vem a postura dela de querer sonhar o que outras pessoas querem que ela sonhasse. Os sonhos de Nora eram sonhos de seu pai, de seu irmão, de sua melhor amiga, de seu namorado. Não eram os dela. Isso contribuiu para a insatisfação dela consigo mesma. Apesar de ela não verbalizar isso, seu coração sabia o tempo todo o que estava passando.


"Não precisamos fazer tudo a fim de ser tudo, porque já somos infinitos. Enquanto estamos vivos, carregamos em nós um futuro de possibilidades multifacetadas."

A visão sobre vida e liberdade transmitidas por Henry David Thoreau foi bem aproveitada pelo autor. Forneceu a base existencial para que a personagem pudesse encontrar o centro dela que estava pulverizado após uma vida tão ruim. Nora precisou repensar sua vida, enxergar suas relações a partir de uma nova lente. As vidas com as quais ela vai tendo contato nos ajudam a compreender como a personagem vai sendo lentamente desconstruída. Sua nova perspectiva sobre a existência é formada por novas peças que vão substituindo aquelas que acabaram perdendo a razão de estarem ali. Para mim, é um livro que me tocou fundo no coração e funcionou como se vários sacos de areia tivessem caído dos meus ombros. Não digo que me livrei de todos os meus problemas emocionais, mas certamente vários dilemas que eu tinha voltei a enxergar de outra maneira. Um livro incrível que vou avaliar com o coração e não com a cabeça.












Ficha Técnica:


Nome: A Biblioteca da Meia-Noite

Autor: Matt Haig

Editora: Bertrand Brasil

Tradutor: Adriana Fidalgo

Número de Páginas: 308

Ano de Publicação: 2021


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