Neste quarto volume, Irene Winters vai se envolver em uma trama que envolve política e traição na corte dos dragões. E a estranha presença de um bibliotecário no meio de tudo isso. E ela vai visitar uma Nova York na época da Lei Seca.
Sinopse:
Quando a própria Biblioteca está ameaçada, como equilibrar a disputa entre a ordem e o caos?
No quarto volume da série A BIBLIOTECA INVISÍVEL, Irene se vê em uma Nova York dos anos 1920, onde a Lei Seca impera, fedoras, vestidos de melindrosas e submetralhadoras Thompson estão na moda, e intrigas estão a todo vapor. Os intrépidos bibliotecários Irene e Kai encontram-se no meio de uma competição entre dragões e parece que outro jovem bibliotecário envolveu-se na disputa. Se não conseguirem tirá-lo desta situação, sérias repercussões políticas se abaterão sobre a misteriosa Biblioteca. E o equilíbrio deste jogo de poder entre grandiosas facções poderá desencadear uma guerra.
Irene e Kai se veem em uma corrida contra o tempo (e dragões) em busca de um livro raro. Eles enfrentarão gângsteres, chantagens e sistemas de segurança diabólicos. E, se essa missão não acabar bem, poderá ter implicações desastrosas para o trabalho de Irene. E, consequentemente, para sua vida...
Políticas dracônicas
A Trama Perdida é o quarto volume da série escrita por Genevieve Cogman. E ela consegue manter o frescor de como se fosse o primeiro volume. Não me entendam errado: A Biblioteca Invisível não é aquela leitura que vai se elevar diante de todas as outras, que vai tocar em temas complexos ou difíceis. Se trata de uma boa e divertida história, com momentos de ação e aventura. São boas horas de diversão com personagens que a gente acaba se envolvendo e torcendo por. Por esse motivo eu sempre anseio por novos volumes da série. E provavelmente essa é a mágica que faz cada vez mais pessoas se apaixonarem por Irene, Kai, Vale e tantos outros.
A narrativa se passa em um mundo que é muito parecido com a Nova York da década de 1920. Irene é procurada por uma dragoa chamada Lin Zhi e ela tenta aliciar nossa protagonista a buscar um exemplar específico de A Jornada para o Oeste. Este livro está no centro da disputa por um cargo como ministro do reino de Ya Yu, a Rainha das Terras do Sul. Lin Zhi e Qing Song são os candidatos a esse cargo e quem trouxer o livro primeiro é honrado com a vaga. Mas, essa disputa vai se tornar violenta quando um bibliotecário é arrastado para o meio dessa disputa e coloca a neutralidade da Biblioteca em jogo. Mesmo não querendo participar dos jogos dracônicos, Irene é colocada pela Segurança da Biblioteca como parte dele por conta de sua experiência com estes seres. Só que esta missão da Irene é quase uma black ops: se Irene for capturada, a Biblioteca vai negar qualquer envolvimento e colocar toda a responsabilidade nos ombros de nossa querida protagonista.
Além disso tudo, ainda temos a sombra de Kai neste processo todo. Como filho de outro soberano, segundo as políticas dracônicas, ele não pode se envolver diretamente no assunto. Isso significa que a própria presença de Kai ao lado de Irene é um risco para a missão, para a biblioteca e para a nossa dupla. Esse jogo mortal vai ser uma caça ao tesouro em que apenas um lado parece que vai se beneficiar do prêmio enquanto todos os outros serão eliminados sumariamente. Esse clima de tensão vai permear toda a narrativa e fazer com que as decisões de Irene tenham um peso extraordinário.
Desenvolvimentos e pontas soltas
Esse é um volume tenso do início ao fim. A narrativa da autora continua muito afiada e ela tem um domínio sobre as características e motivações dos personagens que é incrível. A gente já vê neste quarto volume o quanto Irene amadureceu em relação às histórias passadas. Isso faz dela uma estrategista brilhante e ela pensa em todas as possibilidades com absoluta frieza em todas as situações. A gente vê o quanto a personagem é importante para o desenvolvimento da história e a resolução dos problemas, mesmo ela não sendo tão poderosa assim. É a sua capacidade analítica que vai tirar todos de uma situação mortal no final da história. Mas, ela sabe ao mesmo tempo que tem um papel como instrutora de Kai. E quer dar a ele a capacidade de pensar por si só. Essa visão vai se dar em alguns momentos na história.
A relação entre Kai e Irene é mais trabalhada aqui. Por ser uma mulher prática, Irene pensa e repensa nas implicações de seu envolvimento com um dragão. Isso em uma situação diplomática bem tênue entre Biblioteca, dragões e feéricos. Desde volumes anteriores que a gente sabe que os dois vão se envolver em algum momento e aqui talvez isso esteja quase que na ordem do dia, apesar de ser claro em cenas esparsas por toda a narrativa. Ao mesmo tempo em que ela sabe que vai se envolver com o personagem, sabe também que seu retorno para a corte dracônica é iminente. Esse dilema de se envolver ou não acaba corroendo o coração dela a ponto de ela não saber o que fazer diante disso. Caímos no fato de que Irene é alguém que pensa muito a frente e se preocupa com o que vai resultar disso. Ela não é nenhuma menininha impulsiva que vai tomar uma decisão da qual se arrependerá depois.
Assim como em volumes anteriores, Genevieve Cogman solta pedaços de informação que em algum momento farão sentido para nós em volumes subsequentes. Essa construção de mundo progressiva é o que faz da série tão fascinante. É claro que o tema-base é a corte dracônica. Então aprendemos um pouco mais sobre ela e seus meandros, como são os poderes dos dragões, de que forma eles interferem na estabilidade do mundo onde habitam. Até mesmo sua etiqueta é bem trabalhada e faz até parte de como a situação toda poderá ser resolvida. Ao mesmo tempo conhecemos a Segurança da Biblioteca, o lado mais secreto da instituição. Descobrimos que é possível algumas coisas que apenas imaginávamos. E o mais importante: Melusine revela uma informação sobre Irene que provavelmente terá repercussões em outros volumes.
Este quarto volume mantém o ritmo dos anteriores. A autora é muito hábil em tornar a leitura fácil e tranquila mesmo para quem leu os anteriores há muito mais tempo. Ela tem uma habilidade de recapitular a história de uma forma sutil que me agrada bastante. Recomendo até para os escritores observarem como ela faz isso sem enfiar informações goela abaixo do leitor. Rapidamente estamos a par do que aconteceu, onde se encontram os personagens. Não é dos melhores volumes da série (achei o terceiro melhor), mas é uma narrativa tensa que vai te prender do início ao fim. E que venha o próximo volume porque 2020 está chegando e eu tenho que cumprir minha meta de ler um livro da Genevieve por ano.
Ficha Técnica:
Nome: A Trama Perdida
Autora: Genevieve Cogman
Série: A Biblioteca Invisível vol. 4
Editora: Morro Branco
Gênero: Fantasia
Tradutora: Cláudia Mello Belhassof
Número de Páginas: 400
Ano de Publicação: 2019
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