Três amigas acabaram de se conhecer na faculdade: a doce Daisy, a gótica, mas nem tanto Esther e a maluquinha da Susan. Vamos acompanhar as loucas aventuras destas três amigas entre festas, rivais, gripes galopantes e muitas outras insanidades.
Sinopse:
Susan, Esther e Daisy começaram a universidade há três semanas e logo se tornaram amigas. Agora, longe de casa pela primeira vez, as três querem se reinventar. Entretanto, diante de garotos com culpa no cartório, “novas experiências”, gripe, mofo misterioso, neochauvinismo e a voluntariosa intrusão indesejada da “academia”, elas podem se considerar sortudas se sobreviverem a tudo isso. Sair de casa para a faculdade é sempre uma época de crescimento, mas para Esther, Susan e Daisy as coisas vão ficar um pouco mais esquisitas.
Dias Gigantes é uma daqueles leituras divertidas e descompromissadas que certamente vão atrair o leitor para mais dessas personagem. Pode não ter uma arte impressionante ou sequer um roteiro mirabolante, mas é eficaz e o roteirista consegue fazer ligações entre os capítulos. O período da faculdade é um momento de crescimento, de novas experiências, de atravessar momentos passados e enfrentar dilemas. Através das situações divertidas destas personagens, vamos vivenciando junto delas o início da vida adulta.
Temos três personagens fascinantes. E dá até para falar das temáticas ao mencionar cada uma delas. Susan é uma mulher independente e cheia de manias. Parece ter um jeitão meio hillbilly e fala o que lhe dá na telha. Parece ter um problema com McGraw que a gente não sabe inteiramente o que se sucedeu. E ela parece não aceitar o personagem de certa forma. Susan talvez seja a que tenha um caminho mais longo pela frente no que diz respeito a amadurecimento. Por exemplo, na situação que envolveu Daisy, ela lidou muito mal com a situação. Acabou descendo ao nível daqueles que colocaram o ranking nas meninas. Entendo que uma ação deveria ter sido feita, mas acho que Susan exagerou um pouquinho ao envolver alguém que era inocente na história. A impulsividade dela é o seu ponto fraco e eu vejo que ela ainda precisa lidar melhor com isso. Mesmo assim é divertido ver como ela embarca nas situações mais bizarras possíveis.
Esther parece ser mais madura do que aparenta. Por trás de um estilo mais chamativo existe uma menina preocupada com suas amigas. Ela é a que menos foi trabalhada neste primeiro volume tendo apenas um arco narrativo envolvendo a Susan que defendeu-a quando ela foi colocada como "pegável" no ranking dos meninos. Aos poucos vamos vendo outras camadas da personagem, mas ela parece ser a cola que traz as três como um grupo unido. Ainda quero ver mais da personagem, mas gosto muito do direcionamento que o autor faz dela.
Já a Daisy representa o arco da personagem ingênua e inocente que vai precisando amadurecer às duras penas. Ao lado da Susan, Daisy ganha muito destaque nesse primeiro volume. Primeiro, ao precisar lidar com o fato de ter de sair do armário ao descobrir que gosta de meninas. Achei bacana como o autor tratou do tema, sem muita forçação de barra, fazendo a personagem lidar até com tranquilidade com o novo status. Achei até uma das formas mais positivas do assunto ser tratado nos últimos tempos em histórias que eu li. Acredito que vamos ter um retorno ao tema em futuras edições, mas até o momento achei elegante e divertido. O outro é com a menina que Daisy gosta usando nossa personagem para chegar a uma outra situação. A ingenuidade de nossa personagem impediu que ela visse as reais intenções daquela que estava a seu lado. Como as demais personagens estavam envolvidas em outras situações, Daisy acabou sendo pega de surpresa. O que culminou em uma cena engraçadíssima com a avó da personagem.
A arte da Lissa Treiman não me agrada tanto. Acho caricata demais em alguns momentos, mas acaba se encaixando na proposta da narrativa. Sei lá, esse tipo de arte acaba me afastando um pouco. Embora eu entenda o objetivo de ela ser usada. Algumas das construções corporais das personagens são um tanto desproporcionais e as expressões, às vezes me incomodam demais. Tem um momento em que a Esther está sorrindo que parece uma expressão saída do Coringa, inimigo do Batman. Contudo, a artista tem uma ótima noção para espaços abertos. Quando ela faz uma tomada de câmera externa, eu fico bobo com a quantidade de detalhes que ela imprime à cena (folhas voando, pássaros em telhados, pessoas conversando). A palheta de cores é bem colorida e alegre, também combinando com o estilo narrativo.
Para quem está atrás de uma diversão descompromissada, Dias Gigantes é excelente. Excelente mesmo. Você vai se identificar com as meninas e vai curtir passar um tempo com elas. É como se elas fossem suas amigas, e você estivesse sendo mais um no grupo delas. A abordagem de John Alisson é bem leve enquanto a arte de Lissa Treiman, mesmo não sendo algo fenomenal, atende ao que o quadrinho pede.
Ficha Técnica:
Nome: Dias Gigantes vol. 1 Autor: John Alisson Artista: Lissa Treiman Editora: Devir (no Brasil) Gênero: Romance/Aventura Tradutor: Guilherme Miranda Número de Páginas: 112 Ano de Publicação: 2018
Outros Volumes:
Volume 2
Volume 3
Volume 4
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