Dois arcos de histórias ganham novos desenvolvimentos. Enquanto Lethia e Elijah são atacados brutalmente pela Propater, conhecemos um pouco mais sobre a história de Gina, irmã de Elijah que morreu em um ataque terrorista. Mana, a irmã mais nova, toma uma importante decisão.
Sinopse:
A policial Miriam e Elijah vão atrás dos responsáveis pelo assassinato de Pessoa e Helena, e o palco da história passa a ser a Austrália. Não por acaso, a região também está sofrendo com o surgimento de um novo "coloide" gigante, e uma equipe de pesquisadores é formada para, finalmente, dar um basta na devastação da população. Como funcionam os coloides? Como eles estão "incorporando" os humanos? E uma teoria da doutora Mishima pode abalar a compreensão da humanidade quanto ao vírus Discloser.
É incrível a diferença de qualidade entre este volume 6 e os anteriores. Deu para sentir uma queda vertiginosa de um para o outro. Acho que o autor ficou em dúvida sobre em que direção seguir: se pegava uma abordagem mais "on the face", mais de rua ou se partia para ideias grandes. O que vemos aqui é um mish-mash de coisa alguma com um desequilíbrio muito grande entre os dois arcos.
A escrita do autor é bem desequilibrada aqui. Temos dois arcos de histórias: a investigação da morte de Souza por Miriam, Mac, Elijah e Lethia e um outro arco com Maya e os colóides. O primeiro arco é mal construído com várias pistas que não levam a lugar algum. Fiquei perdidinho ao longo desta história e o que vemos é que o autor acaba forçando um pouco a barra para unir com a outra narrativa. O segundo arco é mais harmônico com uma história perene que vem sendo construída desde a primeira edição. A evolução do Closer para o Discloser era algo que dava para imaginarmos que ia acontecer. O tema da evolução humana é bem colocado pelo autor e a forma como ele trabalha as minúcias filosóficas disso faz a gente se questionar se as ideias são válidas ou não.
Assim como a escrita, a arte sofre de um desequilíbrio também. Alguns capítulos são incríveis como a estrutura interna dos colóides e o sistema de defesa deles. Ver os cientistas entrando em um ambiente repleto de cristais por todos os lados é lindo. Tem umas splash pages incríveis. O efeito do teletransporte quântico também é muito bem feito e até aquela parte no final da casa de Mana. Porém, as partes que se passam em Melbourne parece que foram feitas às pressas. Tem um trecho que até está sombreado demais mudando o layout dos personagens. Em outros momentos tem uma quantidade absurda de fundos brancos. E as construções ficaram genéricas demais. Os momentos de ação compensam esses trechos, mas como eles vieram em menor quantidade do que em outros volumes, não deu para esconder as falhas.
"Nem Deus é capaz de mudar o que já aconteceu. Mas, cada um é livre para aceitar o passado da forma como quiser."
Este é um volume que fala muito sobre arrependimentos. Seja Miriam por não ter percebido a corrupção no seu distrito, Elijah por não agir antes ou Mana pelo que ela fez a Gina. Todos estão de alguma forma arrependidos e gostariam de mudar fatos do passado. Só que isso não é possível como o autor martela ao longo desta edição. Mudar é impossível; o que podemos fazer é seguir em frente. E a única que consegue realmente seguir em frente, mudando sua perspectiva sobre as coisas, é Mana. Maya tenta seduzi-la com uma fala simples, a de desistir e aceitar uma outra via, mas a vida é feita de dificuldades e de esperanças.
O colóide se desenvolve ainda mais e agora possui uma inteligência avançada e até agressiva. Os homens querem destruir as formações porque percebem que ela é uma ameaça iminente. Mas, tudo parece caminhar para uma conflagração violenta entre os dois lados. A reunião em Ayer's Rock adota um viés quase religioso, com um ambiente meio Woodstock. Eu gostei da maneira como a ideia do que é o vírus adotou um novo formato e se tornou um tipo de ser vivo. Quero ver aonde isso vai dar, mas estou gostando. Só não entendi muito ainda a relação entre Maya e os colóides.
Elijah está em um momento bem delicado. Estamos vendo finalmente ele sentir as consequências de sua vida desregrada. A maneira como ele acaba se envolvendo com drogas para esquecer a violência que persiste ao seu redor. No fundo, Elijah ainda é um menino que precisa lidar com situações bem pesadas. Os olhares de Elijah durante a tortura do traidor demonstraram bem isso. Ele entendia a necessidade do interrogatório, mas as minúcias da violência ele não foi capaz de perceber. O personagem parece estar em uma lenta trajetória rumo à auto-destruição. Podemos até associar suas decisões com as que Gina fez no passado. A relação está ali, só que no caso de Elijah estamos acompanhando bem lentamente.
Este foi um volume fraco na minha opinião, mas com alguns bons desenvolvimentos. Muitas ideias foram jogadas e parece que estamos a caminho de volumes bem mais emocionantes. Quero saber aonde essa ideia dos colóides vai levar e não tenho o menor interesse na investigação de Miriam.
Ficha Técnica:
Nome: Eden volume 6 Autor: Hiroki Endo Editora: JBC Gênero: Ficção Científica Número de Páginas: 400 Ano de Publicação: 2016
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