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Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Estação Onze" de Emily St. John Mandel

Em um futuro marcado por uma pandemia que destruiu a maior parte da população do planeta, Kiersten e a Sinfonia Itinerante tentam sobreviver em uma nova realidade. Mas, um profeta alega ter as respostas para trazer a luz de volta ao mundo. Será ele um visionário ou apenas um fanático?


Sinopse:


Certa noite, o famoso ator Arthur Leander tem um ataque cardíaco no palco, durante a apresentação de Rei Lear. Jeevan Chaudhary, um paparazzo com treinamento em primeiros socorros, está na plateia e vai em seu auxílio. A atriz mirim Kirsten Raymonde observa horrorizada a tentativa de ressuscitação cardiopulmonar enquanto as cortinas se fecham, mas o ator já está morto. Nessa mesma noite, enquanto Jeevan volta para casa, uma terrível gripe começa a se espalhar. Os hospitais estão lotados, e pela janela do apartamento em que se refugiou com o irmão, Jeevan vê os carros bloquearem a estrada, tiros serem disparados e a vida se desintegrar.


Quase vinte anos depois, Kirsten é uma atriz na Sinfonia Itinerante. Com a pequena trupe de artistas, ela viaja pelos assentamentos do mundo pós-calamidade, apresentando peças de Shakespeare e números musicais para as comunidades de sobreviventes.


Abarcando décadas, a narrativa vai e volta no tempo para descrever a vida antes e depois da pandemia. Enquanto Arthur se apaixona e desapaixona, enquanto Jeevan ouve os locutores dizerem boa-noite pela última vez e enquanto Kirsten é enredada por um suposto profeta, as reviravoltas do destino conectarão todos eles. Impressionante, único e comovente, Estação Onze reflete sobre arte, fama e efemeridade, e sobre como os relacionamentos nos ajudam a superar tudo, até mesmo o fim do mundo.







Em 2022, voltamos a ter um pouco de noção de normalidade, apesar de todas as pessoas que perdemos por conta da pandemia. Mas, a realidade poderia ser muito diferente como Emily St. John Mandel nos mostra em Estação Onze. Caso o surto de coronavírus tivesse escapado do controle, possivelmente veríamos uma realidade bem diferente da nossa, nos moldes dessa com sobreviventes habitando pequenos núcleos de povoamento. Mas, o que faz dessa história incrível são as sutis conexões entre os personagens existentes nessa histórias, pessoas cujas vidas se cruzaram por meios até insondáveis. E que apenas o leitor conseguirá enxergar essas conexões enquanto essas pessoas lutam para permanecer vivas e encontrarem um lugar no mundo. Ou até encontrar algum tipo de paz interior.


A história começa com um acontecimento que, embora insignificante diante da tragédia global que ocorre logo a seguir, será lembrado por alguns como um marco de um mundo sombrio que chegou: a morte de Arthur Leander de ataque cardíaco enquanto encenava Rei Lear. Nesse dia, uma pandemia de gripe que atinge proporções globais varre o mundo e muda para sempre a sociedade humana fazendo com que nós voltemos no tempo com tecnologias anteriores à Revolução Industrial. Nesse estranho mundo, Kiersten se lembra com carinho do tempo que passava com Arthur enquanto aprendia como lidar com a pressão do teatro. Essa nova Kiersten, quase vinte anos depois, é uma das estrelas da Sinfonia Itinerante, uma companhia de teatro que leva alegria e emoção às pessoas que sobreviveram neste estranho novo mundo. A Sinfonia encena peças de Shakespeare e em uma de suas idas e vindas eles chegam a uma estranha cidade dominada por um homem chamado de o Profeta. Um homem que converteu a população a uma forma de pensar usando ideias saídas de uma série de quadrinhos chamada Estação Onze. Estranhamento esta HQ liga Arthur, o Profeta, Kiersten e Miranda, a primeira esposa de Arthur e aquela que escreveu a HQ. É aí que veremos passado e presente colidindo em uma emocionante história sobre resiliência, esperança e nosso lugar no mundo.


Só para me livrar do elefante na sala logo de cara, a adaptação da HBO é uma coisa e o livro é outra completamente diferente. Esqueçam um e outro. Seguem caminhos distintos. Muita coisa não bate. Um exemplo sem dar spoiler é que o Jeevan só anda com a Kirsten naquela noite na peça de teatro. Eles nunca mais se veem depois de se despedirem.


"Kirsten e August caminharam em silêncio a maior parte do tempo. Um cervo cruzou a estrada mais adiante e parou para olhá-los antes de desaparecer entre as árvores. A beleza deste mundo onde quase todas as pessoas se foram. Se o inferno são os outros, o que é um mundo onde não há quase ninguém? Talvez em breve a humanidade fosse simplesmente se extinguir, mas Kirsten considerou esse pensamento mais sereno do que triste. Tantas espécies haviam aparecido e depois sumido desta terra; que diferença faz mais uma? Quantas pessoas restavam mesmo agora?"


Certamente a autora não facilitou a vida para ela mesma. Estação Onze é uma narrativa que depende de passado e presente para ser compreendida em sua totalidade. Mas, a autora usou o melhor caminho possível ao usar de uma não-linearidade para contar sua história. O leitor vai e vem na narrativa e isso é totalmente compreensível. Nós não nos perdemos em nenhum momento. Tudo acontece em vários atos como em uma peça de teatro em que o roteirista busca maneiras de fazer com que nos interessemos por aquilo que está acontecendo no palco. Seja um momento trágico ou até uma melancólica reflexão, ficamos presos a uma trama que se desenrola como um novelo de lã. Quando tiramos uma linha, esse novelo vai se desfazendo em histórias múltiplas e únicas que se interconectam pelo tempo e espaço. Seja um ator frustrado com uma vida de luxo, uma artista buscando tomar seu caminho em suas mãos, uma jovem tentando sobreviver a uma realidade dura e cruel ou um homem cujo melhor amigo morreu e ele se vê precisando ser o curador de um museu de relíquias do passado. A escrita é um pouco pesada, mas ela consegue suplantar isso com personagens cativantes e falhos. Por serem falhos é que eles são humanos.



"No início, as pessoas no aeroporto de Severn City contavam o tempo como se estivessem apenas temporariamente ilhadas. Nas décadas seguintes, foi difícil explicar aquilo para os jovens, mas, com absoluta franqueza, toa a história de estar ilhado em aeroportos, até aquele ponto, era também uma história de, mais cedo ou mais tarde, deixar de estar ilhado, embarcar num avião e ir embora. No início, parecia inevitável que a Guarda Nacional fosse chegar, em massa, a qualquer momento, com cobertores e caixas de comida, equipes de terra voltariam em pouco tempo e aviões começariam a aterrissar e decolar outra vez. Dia Um, Dia Dois, Dia Três, Dia Quarenta e Oito, Dia Noventa, e a essa altura qualquer esperança de uma volta à normalidade já estava enterrada, e então o Ano Um, o Ano Dois, o Ano Três. O calendário foi zerado pela calamidade."

Não tenho como não mencionar Arthur Leander, talvez o ponto de conexão entre estes vários personagens. Através de sua trajetória que se encerra no primeiro capítulo da história, vemos um homem que saiu de uma pequena ilha do Canadá para buscar o estrelato. Alguém que correu atrás de um sonho e, por ser carismático e talentoso, foi capaz de chegar lá. Só que no meio do caminho, ele perdeu a si mesmo e a sua própria identidade. Arthur tenta a todo custo negar suas origens, mas cada vez que faz isto, mais reforça o lugar de onde veio. Uma das coisas mais tristes neste livro é perceber o quanto Arthur é um homem infeliz; por mais fama e dinheiro que ele possua, isso não é o suficiente. Acreditem, Arthur é um cretino completo que se envolve com várias mulheres (três esposas) e possui um filho ao qual ele não foi capaz de ter dado atenção. E que o fantasma da culpa agora bate em sua porta. Em um último momento de luz em sua vida, ele tenta abandonar a vida de glamour e papparazzis e reencontrar seu filho, que agora mora longe dele. Talvez sua decisão tenha sido tarde demais.


No palco de sua última apresentação, Arthur cai após um terrível ataque cardíaco e tem seus primeiros socorros feitos por Jeevan, um homem que já foi várias coisas em sua vida (inclusive um papparazzi) e agora descobriu que seu sonho é poder ajudar as pessoas com problemas de saúde. Ele não consegue ajudar Arthur e tenta consolar uma jovem Kiersten, abalada em perder a pessoa que ela admirava. Ao retornar para casa, ele descobre através de seu amigo que trabalha em um hospital que a epidemia de gripe era mais séria do que parecia em um primeiro momento. E que a humanidade não sairá ilesa disso. É aí que Jeevan sai correndo atrás de suprimentos para que ele e seu irmão Frank, que é cadeirante, consigam sobreviver alguns meses e depois consigam pensar no que fazer a seguir. Jeevan é um homem em busca de si mesmo. Ele tentou várias profissões e buscava uma forma de ganhar dinheiro e tocar a vida. Ser papparazzi é uma profissão ingrata, mas pelo menos pagava bem. Depois de algumas situações bem ruins, ele descobre que quer fazer algo que possa fazer com que ele tenha orgulho de si mesmo. Essa constatação acontece depois de ele tirar uma foto constrangedora de Miranda, primeira esposa de Arthur, em um momento em que eles estavam prestes a se separar. Anos mais tarde, em um mundo diferente do anterior, Jeevan é um homem preocupado em salvar vidas. Mesmo que ele não seja capaz de salvar todos, sua consciência está em paz com ele.


"Uma vida, lembrava, é uma série de fotografias e filmes curtos desconexos: a peça de teatro montada na escola quando tinha nove anos, seu pai exultante na primeira fila; as boates em Toronto com Arthur, embaixo de luzes rodopiantes; uma sala de palestras na Universidade de Nova York."

Poderemos dizer isso a respeito de Miranda? Alguém que veio da mesma ilha que Arthur e foi a maneira com a qual eles se conheceram: ela em busca de alguém que coloque seus pés de volta ao lugar onde nasceu e ele, buscando alguém que o faça esquecer do lugar onde nasceu. Mesmo que no fundo tudo que Arthur deseje seja essa sensação de lar. Miranda inicialmente sustenta um namorado artista que não consegue arrumar nenhum trabalho. E depois de muitas discussões e um paternalismo barato, Miranda vê em Arthur a possibilidade de fugir de uma relação fracassada. Mesmo trabalhando em uma empresa ligada à marinha mercante, seu tempo livre é usado para desenhar uma história em quadrinhos a partir de seus próprios sentimentos. Estação Onze é, para Miranda, uma metáfora de sua própria vida. Mas, a HQ será apropriada por outras pessoas em um futuro distante para trazer alento e palavras de conforto para suas vidas. A complicada vida de Miranda, desenhada em três quadrinhos de ficção científica, oferecerá estranhas e profundas conexões com pessoas que desejam apenas entender o que vem a seguir. É o exemplo perfeito de o quanto as histórias que escrevemos, após sua publicação, não pertencem mais a nós.


Estação Onze chega nas mãos de Kiersten de uma forma bastante surpreendente em seu último dia como uma criança normal. E ler esses quadrinhos significa tocar esse momento efêmero que ficou para trás. Vinte anos depois da tragédia, a vida anterior é uma lembrança esvanecida de sua mente. Tudo o que ela conhece agora é a dureza de um mundo forjado nas batalhas diárias pela sobrevivência. Onde os olhares são rudes e desconfiados e qualquer ferimento pode significar a morte. A viagem ao lado da Sinfonia Itinerante é o seu passaporte para um modicum de realidade. A Sinfonia se tornou a sua família e qualquer ameaça a ela vai ser paga com sangue. E é por esse motivo que quando as pessoas que ela ama são ameaçadas por um fanático religioso, Kiersten não consegue ficar parada. Teoricamente Kiersten é nossa protagonista e ela representa os nossos olhos nesse mundo novo. Em um contexto tão terrível, o que é a normalidade? Nossa personagem vai precisar buscar muita força interior para superar os desafios impostos sobe ela.


A pergunta que todos devem estar se fazendo é: por que Shakespeare? E aí precisamos entender qual é o impacto do bardo inglês nas histórias que chegam até nós. Mesmo tendo escrito suas famosas histórias há séculos atrás, sua influência chega até hoje e muitas histórias são apenas releituras de histórias como A Megera Domada, A Tempestade, Hamlet, Rei Lear, Romeu e Julieta. É inegável o alcance atemporal do autor e é possível pensar em um futuro onde suas histórias continuam a encantar multidões. Contar histórias é tocar vidas e quanto mais as ouvimos e fugimos de nossa realidade, nos recompomos e refletimos sobre o que nos torna nós mesmos e onde nossas existências fazem sentido neste mundo em que habitamos. O mundo criado por Emily St. John é cruel, não poupa aqueles que foram acomodados por uma realidade pacífica. Este novo mundo exige um pouco mais de sujeita daqueles que tentam tocar suas vidas. E mesmo assim, a magia de Shakespeare consegue resistir a tudo isso.


O livro Estação Onze é um belo exemplo de como uma narrativa pode ser tão bem contada e nos fazer chorar diante de personagens que precisam tanto de nós. Acompanhar a Sinfonia Itinerante nesta estranha jornada que nos leva ao passado e ao presente da humanidade é um enorme prazer e somos presenteados com belas encenações de peças icônicas de Shakespeare. É uma bela leitura e que vai nos colocar diante de histórias marcantes.











Ficha Técnica:


Nome: Estação Onze

Autora: Emily St. John Mandel

Editora: Intrínseca

Tradutor: Rubens Figueiredo

Número de Páginas: 319

Ano de Lançamento: 2015


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