Estes são os primeiros volumes desta sensacional saga de space opera no formato mangá. Os Gaunas são perigosos seres que ameaçam a vida dos seres humanos. A nave Sidonia é a última esperança da humanidade para não se tornar extinta.
Sinopses:
Volume 1 - A história se passa no espaço, num futuro distante. Uma nave solitária, a Sidonia, vaga pelo espaço 10 séculos após a obliteração do Sistema Solar. A quase indestrutível raça alienígena, conhecida como os Gaunas, responsável por destruir o lar da humanidade, continua a se mostrar uma ameaça existencial. Nagate Tanikaze, que viveu nas camadas inferiores da nave desde que nasceu, foi criado pelo avô e cresceu treinando em um velho simulador, chegando a dominar diversas técnicas de pilotagem. Após a morte de seu avô, ele vai para a superfície da nave, onde é selecionado como piloto, assim que Sidonia é novamente ameaçada pelos Gaunas. A bordo da lendária unidade Tsugumori, Tanikaze enfrentará não só os alienígenas, mas também todas as adversidades que ameaçam os moradores de Sidonia.
Volume 2 - No dia seguinte ao Festival Gravidade, os quatro guerreiros mais fortes de Sidonia decolam para impedir que o Gauna à deriva invada a nave-mãe da humanidade. A capitã ordena uma aceleração máxima da nave, ao mesmo tempo que autoriza a formação de uma tropa de defesa que inclui o Nagate! Agora, o jovem que cresceu no nível mais profundo de Sidonia voará pelo espaço para proteger a primeira garota que conheceu na vida, Shizuka Hoshijiro!
A primeira vez em que eu ouvi falar de Sidonia foi com alguns colegas que destacavam as qualidades da escrita de Tsutomu Nihei. Que ele conseguia criar uma história de ficção científica incrível que não deixava nada a desejar a bons livros do gênero. E que suas narrativas fritavam o seu cérebro tamanha as ideias malucas que ele inseria na história. Tendo lido os dois primeiros volumes, só posso concordar. Estou encantado com a história, apesar de ainda não ter entendido muita coisa.
Nihei trabalha muito com imagens + texto. É impossível falar de um sem tocar em outro. Entretanto, é preciso destacar o quanto a escrita dele é interessante. Mesmo assim, sinto que muito da história não me foi apresentado ainda. Para aqueles que curtem uma abordagem mais direta e didática, talvez a escrita do Nihei incomode um pouco. A única vez em que eu senti algo assim foi com Jardins da Lua quando somos arremessados no meio da ação e a história é explicada progressivamente nos capítulos que se seguem. Nesse sentido, o autor não tem pressa e vai soltando as informações quando ele entende que elas são necessárias. Por ser uma série longa, é preciso manter o leitor na história; daí vem a importância dos cliffhangers. Nesse ponto eu creio que o autor foi muito bem sucedido ao fazer os capítulos serem viradores de página, ou seja, queremos saber o que vai acontecer a seguir.
Espaços muito amplos compõem boa parte da história. Eu gosto dessa noção do autor de frente e fundo. Ele varia o detalhamento do fundo de acordo com o olhar dos personagens. Por exemplo: se um personagem está observando para uma paisagem enquanto reflete suas últimas ações, o fundo vai parecer mais detalhado enquanto que se um personagem está apenas passando por um lugar amplo, o fundo vai parecer mais embaçado. Entretanto, tudo é muito bem feito e a nave Sidonia tem muitos ambientes exóticos em seu interior. Nesses dois volumes destaco o parque aquático e as residências superiores como ambientes estonteantes. Os momentos de combate também são bem legais apesar de eu ainda não ter me acostumado à amorfia dos Gaunas. As lutas parecem estranhas ainda para mim.
No volume 1, nós temos a apresentação do Nagate. Até onde eu vi ele é um personagem ainda extremamente misterioso. Sabemos apenas que ele morava com o avô no subsolo de Sidonia e treinava em um simulador de um mecha antigo. Parece que Nagate era muito bom neste simulador. Um dia quando ele explorava uma parte de uma Sidonia escondida ele acaba sendo encontrado por outras pessoas (ele acreditava que só ele e o avô tinham sobrevivido). Ele é aprisionado e levado até a administração superior onde ele é estranhamente adotado pela capitã. Essa é a minha única reclamação no momento: como as coisas se sucedem muito rápido para o Nagate. A gente não tem a sensação de tempo se passando. O personagem é adotado pela capitã, logo em seguida já tem um interesse amoroso na forma da Izana e em seguida está pilotando um Tsugumu. Isso no espaço de dois capítulos do primeiro volume. Okay, vou dar tempo ao tempo para o autor me explicar isso.
Uma coisa curiosa é como o Nihei entende a evolução do homem. Ele caminha por duas noções: uma a de que o ser humano aprendeu a fazer fotossíntese, dando a opção para aqueles que desejam optar por essa outra modalidade e a de que os personagens podem ter gênero fluido como a Izana. No primeiro caso dá para entender no sentido de que é preciso preservar comida para uma nave tão grande. O segundo vem um pouco de como estamos lidando com a nossa própria sexualidade neste momento e como podemos gerar nossos filhos. Pelo que eu pude entender, é possível até criar clones espontaneamente. Isso produz efeitos sociais muito curiosos. Depois de saber dessas informações, o leitor fica no mínimo confuso com o interesse da Izana pelo Nagate. Claro que as coisas acabam tomando um rumo bem diferente em seguida.
Fui surpreendido pelo fato de o autor trabalhar também o lado interno das pessoas em Sidonia. Achei que a narrativa iria se focar mais no combate contra os Gaunas e na defesa da nave. Mas, isso não é o caso. Por exemplo, temos uma divisão social entre aqueles que fazem fotossíntese e os que mantiveram sua digestão natural. Ou até mesmo a inveja vinda de privilégios concedidos a um "ser inferior". Kunato é colocado como alguém que vê a si mesmo como uma evolução natural do homem e vê em Nagate um ser que não deveria dividir o mesmo espaço que ele. Obviamente que esse tema vai ser alvo de outros volumes (como acontece no segundo). Me interessou esse debate sobre a evolução do homem e uma possível separação entre evoluídos e "naturais".
Já no segundo volume somos colocados diante da ameaça real dos Gaunas e como as pessoas do Sidonia ainda não sabem lidar adequadamente com eles. Ficamos sabendo como se deu o primeiro contato com os Gaunas e por que Sidonia parece ser a última esperança da humanidade. O que deu para entender a partir dos últimos desenvolvimentos é que os Gaunas parecem evoluir sua forma com o contato com os seres humanos ou até com os mechas. Ainda existem muitos mistérios cercando essa raça alienígena. Aliás, é de arrepiar o formato das Mass Union. O autor tem uma mente extremamente criativa.
Alguns vão reclamar da parada para se focar no relacionamento do Nagate com a Izana e a Hoshijiro (ainda vamos ter a Midorikawa no meio). Eu gostei dessa parada porque me deu tempo de respirar diante de tanta informação passada. E não dá para ficar o tempo todo em momentos de ação ininterrupta. Gostei que o autor conseguiu em um espaço pequeno fazer com que nos importássemos com os personagens e até conseguíssemos distingui-los. Acontece uma situação no meio do segundo volume que eu fiquei espantado com os culhões do autor de ter feito aquilo. Por um capítulo me embasbaquei com a opção narrativa dele... Mas, foi apenas impressão. Para mim, se ele tivesse mantido aquele status eu teria dado nota máxima. Só pela ousadia. Mas, não aconteceu.
A série começou muito bem e se enquadra perfeitamente no meu gosto de histórias.Aquela pegada de ficção científica hardcore com personagens que estão lentamente sendo construídos nos volumes. Além disso, a curva de aprendizado da série não é das mais fáceis, e eu curto muito desafios. Parece que o terceiro volume vai tratar da relação entre Nagate e a capitã.
Ficha Técnica: Outros Volumes:
Nome: Knights of Sidonia vols. 1 e 2 Volumes 3 e 4 Autor: Tsutomu Nihei Volumes 5 e 6 Editora: JBC Volumes 7 e 8 Gênero: Ficção Científica Volumes 9 e 10
Tradutor: --- Volumes 11 e 12
Número de Páginas: 190 cada edição Volumes 13 e 14
Ano de Publicação: 2016 Volume 15
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