A quimera feita a partir de restos de gaunas por Kunato surge no campo de batalha. Com um poder inacreditável, pode ser uma nova etapa no confronto entre humanos e gaunas. E a capitã Kobayashi toma uma decisão drástica que pode afetar a vida de todos. Inicia-se uma guerra de proporções épicas e Nagate está no olho do furacão.
ATENÇÃO: Tem spoilers de edições anteriores.
Sinopse:
Gauna versus Gauna?! O surgimento do Gauna “pilotado” por Kunato trará mudanças radicais e definitivas no rumo da guerra e no pensamento das pessoas de Sidonia. E não só isso, os pilotos também agora contam com um novo modelo de Guardião e estão prontos para virar o jogo a favor da humanidade! O primeiro passo decidido pela capitã Kobayashi é o ataque espontâneo e frontal à nave Mass Union Pequena, a Ocarina!
ATENÇÃO: Tem spoilers de edições anteriores.
Na edição passada tivemos o surgimento de um novo tipo de arma a ser usada contra os gaunas. Kunato/Ochiai criou uma quimera feita a partir de restos de gauna (e provavelmente incubado pela Hoshijiro-gauna) e de DNA humano. O produto é um ser que parece um guardião só que biológico pilotado por um ser humano em uma espécie de cockpit. O nome dessa quimera é Tsumugi Shiraui e ela é tratada como um ser consciente. Volto depois nesse pequeno tema. O final do volume anterior nos coloca diante de um gauna gigante cujo núcleo está protegido por uma enorme quantidade de escudos placentários concêntricos. Isso dificulta a ação das kabis que não conseguem atingir o núcleo, além da capacidade espantosa de regeneração do gauna. Somente Shiraui tem um poder de fogo maior para conseguir penetrar em sua defesa. Mas, a quimera está em um estágio meio infantil porque está recém-criada, então várias de suas reações são de curiosidade e inexperiência. Kunato alega ter o controle absoluto da criatura, mas admite ter um plano B para forçar Shiraui a fazer o que ele quer.
De outro lado temos a capitã Kobayashi tomando medidas drásticas. Ela cansou de se reportar ao conselho e a recíproca também é verdadeira. Alguns membros do conselho acreditam que ela esteja ultrapassando os limites de sua autoridade e agora planejam fazer algo a respeito. Ou seja, temos um Conselho Imortal que não concorda de todo um com o outro e isso pode produzir uma série de desenvolvimentos preocupantes nos próximos tempos. Ao mesmo tempo, Kobayashi vai por um caminho diferente de Kunato/Ochiai e quer apostar no modelo 19. Como ele ainda está em fase de desenvolvimento, o modelo usado por Nagate apresentou diversos problemas durante a ofensiva, colocando toda a equipe em perigo. Se não fosse a chegada de Shiraui, provavelmente tudo teria ido para o espaço. Mas, o novo modelo parece promissor e é baseado na filosofia de maximizar as habilidades de pilotagem do Tsugumori, o modelo 17 pilotado por Nagate.
O roteiro segue uma linha de confrontos épicos com os Mass Union, tanto a Ocarina quanto o maior que se torna alvo posterior os planos da Kobayashi. Então as edições são bem velozes em suas histórias. Nihei consegue colocar a narrativa em andamento mesmo em uma edição muito focada em um combate em larga escala. Durante os combates alguns pequenos detalhes ficam sutis: o desprezo que Kunato/Ochiai tem pelo ser humano e sua sucessiva obsessão por encontrar a forma perfeita; os planos de Kobayashi que começam a ficar mais claros com os testes de combate que ela faz; e a própria Shiraui que parece ter sentimentos pelo Nagate. Logo no capítulo em que ela aparece, Kunato discute com a dra Shinatose (A avó, lembram?) que para uma filha recente da Hoshijiro, o desempenho da quimera é mais do que eles esperavam. Então essas pequenas sementes de enredo estão ali bastando ao leitor ter um pouco mais de atenção. Nessas duas edições o foco também passa para a relação entre Nagate e Shiraui com os demais personagens ficando mais ao fundo (principalmente a Shinatose).
A arte dessa edição voltou a ter aqueles problemas de edições passadas. É muito difícil entender os combates espaciais criados pelo Nihei. Há uma enorme confusão nas cenas e algumas situações parecem desfocadas e incoerentes. Sim, entendo que estamos lidando com criaturas alienígenas que não possuem uma forma física que nós, humanos, não somos capazes de compreender. Mas, caramba, até quando robôs parecem deformados e estranhos alguma coisa está errada, não acham? Por outro lado, algumas das criaturas pensadas pelo Nihei possuem conceitos geniais como a forma nucléica coletiva, as proteções placentárias e até a forma como a Shiraui faz para se comunicar com os outras pessoas. Imaginem algo que parece um cruzamento bizarro entre uma minhoca e uma sanguessuga. Pois é. Nihei leva a estranheza ao último nível.
No oitavo volume, Nihei discute mais o papel da Shiraui nos próximos acontecimentos. O que caracteriza a quimera é ela possuir vontade e consciência próprias. No momento consideramos tudo bonitinho e fofinho, mas devemos nos lembrar de que quem criou o ser foi Kunato/Ochiai que não tem a menor pretensão de ser um apoiador da causa humana. Ele deixou bem claro que seus objetivos são bem diferentes. Shiraui sofre com a solidão já que ela é vista como um monstro pelos outros membros da tripulação da Sidonia. E não é um sentimento simples de se lidar ao ver dentro da sua nave uma criatura que foi responsável pela morte de milhares de companheiros seus. Então é compreensível essa repulsa. Mesmo Nagate tem em sua mente o pensamento de eliminar todos os gaunas do contato com os humanos já que eles representam uma ameaça tão grande. Mas, onde fica Shiraui no meio desse processo?
Nagate, Shiraui e Shinatose acabam formando uma conexão que parece meio familiar/amorosa que a gente não entende lá muito. Ou seja, mais uma vez a Shinatose se ferrou no processo... mas, voltando a Shiraui ela revela ter muitos traços humanos e até infantis. Por exemplo, ela sempre dá um jeito de estar próximo do Nagate e da Shinatose. E até se preocupa com os dois. Vai ter um momento nessa edição em que a Shinatose vai se colocar em uma situação arriscada e Shiraui meio que desobedece as ordens deixadas para a tripulação e parte junto com Nagate para o resgate. Ou seja, esse controle do Kunato/Ochiai não é tão preciso quanto parece que é e estou querendo vê-lo obrigar a personagem a obedecê-lo incondicionalmente. Isso parece que vai dar pano para história ainda. O fato é que a partir de Shiraui, as indústrias Kunato já estão fabricando outras quimeras para transformar essa iniciativa em arma a ser usada por Sidonia. Resta saber o quanto das características da Shiraui serão mantidas em futuras quimeras.
O segundo ponto é o ataque de Sidonia a estruturas maiores de gaunas. Kobayashi decidiu que é hora do ataque propriamente dito. Se cansou de apenas defender a nave colonizadora e isso a colocou em oposição ao Conselho Imortal. Ela colocou os engenheiros de guardiões para pensarem em novas maneiras de criar formas alternativas de ataque. Algumas delas incluem o uso de peças do modelo 19 em modelos anteriores de forma a reforçar a defesa. O modelo 19 é bastante avançado, mas ao mesmo tempo ele prejudica pilotos que foram treinados a usarem controles manuais. Ao ter tudo automatizado, isso pode prejudicar o ritmo de ataque, algo que aconteceu de fato ao Nagate. Outra possibilidade curiosa foi a criação de um sistema de acoplagem que une quatro guardiões a uma estrutura de suporte que usa o motor de um modelo 19 ajudando os 17 a chegarem mais rapidamente a seu objetivo. Além disso esse sistema contém uma série de mecanismos de rastreamento mais avançados. Kobayashi aumenta e muito os gastos com a produção desses novos armamentos o que pode provocar uma séria discussão sobre os rumos da guerra contra os gaunas pelos civis. Isso são cenas para os próximos volumes.
Ficha Técnica:
Nome: Knights of Sidonia vols. 7 e 8
Autor: Tsutomu Nihei
Editora: JBC
Tradutor: Denis Kei Kimura
Número de Páginas: 190 cada volume
Ano de Publicação: 2016 (vol. 7) e 2017 (vol. 8)
Outros Volumes: Vols. 1 e 2
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