Nightlyers é uma novela escrita pelo George R. R. Martin recém adaptada pela Netflix, mas com graves críticas negativas. A editora Suma trouxe a obra original ao Brasil e agora é o momento de ver se as impressões quanto ao livro são melhores.
Sinopse:
Nas fronteiras do universo, uma expedição científica composta de nove acadêmicos dá início à missão de estudar os volcryn, uma misteriosa raça alienígena. Existem, no entanto, mistérios mais perigosos a bordo da própria nave. A Nightflyer, única embarcação que se dispôs à missão, é uma maravilha tecnológica: completamente automatizada e pilotada por uma única pessoa. O capitão Royd Eris, porém, não se mistura com a tripulação – conversando apenas através de comunicadores e se apresentando somente por holograma, ele mais parece um fantasma do que um líder. Quando Thale Lassamer, o telepata do grupo, começa a detectar uma presença desconhecida e ameaçadora por perto, a tripulação se agita e as desconfianças aumentam. E a garantia de Royd sobre a segurança de todos é posta à prova quando uma entidade malévola começa uma sangrenta onda de assassinatos.
A humanidade está avançada e desbrava o universo através de naves. Tem conhecimento sobre seres alienígenas e capacitações ímpares ao futuro especulado nesta realidade. O time de nove talentos distintos tentam estabelecer contato com um determinado alienígena. A partir deste contato, a equipe fica acomodada e incomodada pelo anfitrião misterioso da nave. É preciso confiar na disposição de cada integrante enquanto cumpre seu papel correspondente. Todos os tripulantes da expedição são desconhecidos entre si, e o dono da nave se mantém recluso. Um dos membros da equipe é telepata, pressentindo e revelando o perigo a ponto de pôr o trabalho da equipe em cheque, tendo a morte como a consequência da falha.
Nightflyers é o nome da nave transportando os acadêmicos rumo a um encontro alienígena. Publicado em 1980 por George R. R. Martin e lançado no Brasil em 2019 pela editora Suma com tradução de Alexandre Martins, é uma novela de ficção científica com elementos de terror apresentando uma história de sobrevivência dos tripulantes da nave homônima.
“Pelos abismos escuros aonde ninguém vai, pelo vazio, pelo silêncio interminável, minha Nightflyer e eu os perseguimos.”
Karoly D’Branin recruta a equipe de acadêmicos com o objetivo de conhecer os volcryn, uma espécie alienígena com raros registros a respeito. Ainda assim esse pouco conhecimento é suficiente a motivar Karoly nesta missão ao lado de uma equipe composta com capacitações diversas entre os acadêmicos, seja pelo conhecimento linguístico ou cibernético; seja pela capacidade de telepatia do jovem Thale ou da constituição corporal aprimorada de Melantha. Karoly encomendou a Nightflyer como a nave a levá-los próximo o bastante para estabelecer contato com os volcryn, tendo o dono Royd Eris como seu motorista.
Planejada como uma nave de carga, a equipe improvisa os alojamentos e a disposição dos equipamentos pelos contêineres. Apenas Royd possui uma acomodação, de uso exclusivo a ele. Afirma ter motivos ao permanecer isolado da tripulação, sendo o único meio de contato feito por seu holograma.
A viagem é demorada, o tempo passa e os acadêmicos conhecem uns aos outros, adquirindo afinidades com certas pessoas e reagindo aos aspectos de outras, mas o isolamento de Royd traz suspeitas aos tripulantes de Nightflyer. Desconfianças evoluem a crises de nervosismo quando o telepata Thale sente uma presença incapaz de descrever a não ser como um sinal de perigo. Os acadêmicos devem superar suas relações adversas e agir juntos para garantir a sobrevivência de todos.
“Medos assim não nos ajudarão a trabalhar como uma equipe.”
Toda a história é ambientada na Nightflyer, cujos componentes são apresentados conforme a progressão da história, o que colabora para apresentar a tecnologia especulada sem interromper o ritmo da narrativa. O mistério envolto de Royd proporciona a tensão na equipe, começando por desconfianças e crescendo nas trocas de insultos. Há menções de como os tripulantes interagem, mencionando as relações sexuais entre eles com paradigmas distintos na realidade do livro, bem como oferecendo dicas e motivações de cada personagem se relacionando de tal maneira. Sendo de narrativa breve, todos esses detalhes de interação são contados, mas pouco estimulados na leitura, esta focada nos diálogos alinhados ao enredo.
O próprio enredo é usado como recurso secundário, encaminhando os personagens aos seus respectivos destinos e levando o leitor ao clima macabro. As descrições têm apelo visual na situação extrema enfrentada pelos tripulantes, cujos medos impulsionam suas reações a partir de ações distintas, discordando nos piores momentos e favorecendo as tragédias imprevisíveis. O horror ainda cede espaço a momentos especulativos próprios da ficção científica, combinando os dois elementos no universo elaborado de forma criativa por Martin.
A edição traz ilustrações de David Palumbo entre os textos. Por vezes antecipando cenas ou realçando o que já aconteceu, os desenhos traduzem as palavras na ambientação sem restringir a imaginação do leitor com o restante da cena. Apesar do recurso visual, a descrição de movimentos constantes estimulam a criar o resto da interação na história.
Nightflyers coordena seus personagens isolados na nave homônima rumo a descobertas alienígenas e tragédias com apelo ao horror. De leitura rápida e relacionamentos pontuais ao seguimento do enredo, o livro começa pelo mistério e avança por descrições gráficas de gore até chegar ao desfecho da proposta desta ficção científica.
Ficha Técnica:
Nome: Nightflyers
Autor: George R.R. Martin
Ilustrador: David Palumbo
Editora: Suma
Gênero: Ficção Científica
Tradutor: Alexandre Martins
Número de Páginas: 144
Ano de Publicação: 2019
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*Material enviado em parceria com a editora Suma