Razek é um meio-elfo do segundo ano da escola de magia do Castelo das Águias. Ele tem alguns problemas com seu temperamento. Ao ver Tarja se afastando dele, ele começa a ficar cada vez mais irritado. E seu fogo interior precisa ser aplacado...
Sinopse:
Entre a paixão por Tarja e a sensação de ser um eterno injustiçado, o meio-elfo Razek precisa conhecer as consequências de brincar com fogo... e com o Mestre Kieran de Scyllix.
Algo que sempre me agrada nas histórias da Ana Lúcia Merege é o quanto ela sabe o que ela deseja entregar. Você pode reclamar o que você quiser a respeito deste conto que eu vou refutar com todos os argumentos do mundo. O objetivo da autora era mostrar um personagem chamado Razek, um aluno meio-elfo, que tem problemas de temperamento. Ele está no segundo em uma escola de magias. No momento em que a narrativa acontece, Tarja, por quem ele tem uma queda, está se afastando dele, se aproximou de outro garoto chamado Gwyll. Com isso, a irritabilidade de Razek atinge patamares ainda mais elevados. Qual é o objetivo da autora? Fazer o personagem compreender que sua atitude é errada e ele precisa rever seus caminhos para poder evoluir. Ponto. Simples. Não existe mistério algum aqui.
O que faz a narrativa ser boa? É a maneira como ela é contada. Existem mil maneiras de contar uma história. Centenas delas serão erradas, algumas serão medianas e outras serão boas. O que a Ana faz é escolher um caminho seguro, simples e divertido. Ao longo da narrativa ela vai criando situações que reforçam o seu ponto de que o personagem tem problemas de personalidade. Ao colocá-lo em situações de stress, o leitor sente que em algum momento vai haver aquele ponto de virada em que ou o personagem aceita que precisa mudar ou ele vai trilhar um caminho negativo.
Outro destaque dado fica também na figura do professor, encarnado pelo mestre Kieran. Antes de mais nada, é preciso dizer que não é preciso ter qualquer conhecimento prévio para ler esse conto, mas se você já leu O Castelo das Águias, sabe que Kieran teve momentos em que seu temperamento era semelhante ao de Razek. Ele se identifica com o jovem rapaz e percebe que precisa fazer algo a respeito. Mais uma vez entra em destaque a figura do professor não como um doutrinador, mas como aquele que oferece possibilidades ao seu pupilo. Cabe a ele decidir qual caminho trilhar. Sou extremamente suspeito para comentar a respeito da escrita da Ana, já que ela é nossa colunista, mas me agrada muito a forma calma e compassada como ela apresenta suas histórias. Ela não tem a menor pressa em te colocar em suas tramas. Seja uma narrativa curta ou uma mais longa, ela tem a noção de espaço e como ela vai encaixar isso dentro daquilo que ela imaginou para os seus personagens. Nesse sentido, não tenho como dar uma nota menos do que perfeita simplesmente porque ela não cometeu deslizes. O que ela se propôs fazer, ela fez.
Ficha Técnica:
Nome: O Fogo Interior
Autora: Ana Lúcia Merege
Editora: Draco
Número de Páginas: 17
Ano de Publicação: 2014
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