Agora como num agente aliado dos Prophus, vemos Tao e Roen se envolvendo em missões arriscadas. Sua personalidade mudou bastante e agora Roen está casado e tem um filho. Mas, um novo inimigo está à espreita.
Sinopse:
Os Prophus e os Genjix estão em guerra. Por séculos, eles buscaram uma forma de sair do planeta, guiando o desenvolvimento social e tecnológico da humanidade a um estágio onde a viagem espacial seria possível. O fim está à vista, e ambas as facções possuem planos para deixar a Terra, mas o método dos Genjix significará a destruição da raça humana.
Este é um preço que eles estão dispostos a pagar.
Está a cargo de Roen e Tao salvar o mundo. Meu Deus...
Quando a premissa de The Lives of Tao me foi apresentada no ano passado, eu adorei logo de cara. Um jovem frustrado na vida, gordinho e que não se dá muito bem com as garotas. Meta nessa história batida uma mitologia de alienígenas parasitas que estão presentes na Terra desde a Pré-História. A partir daí, vá mudando algumas coisas para mostrar como estes alienígenas sempre fizeram parte da história da humanidade. Coloque o alienígena e o gordinho juntos e você terá o primeiro volume desta série. O segundo volume é bem diferente do primeiro: o autor apresenta novos problemas e novas situações e chacoalha um pouco o universo do primeiro livro. Eu achei que o autor se precipitou um pouco.
Neste segundo volume, se passaram alguns anos desde os eventos do primeiro livro. Jill se casou com Roen e ambos tiveram um filho, Cameron. Mas, as missões dos Prophus acabam afastando o casal, já que Roen e Tao acabam se tornando agentes solo, se rebelando contra Stephen e a Keeper. Jill se torna uma importante consultora na Casa Branca e se vê cercada de Genjix por todos os lados. Prophus e Genjix estão disputando influência na Casa Branca e algo nos planos dos Genjix não bate muito bem o que Jill sabe sobre seus empreendimentos internacionais. Quando os caminhos de Jill e Roen voltam a se cruzar após anos de separação, um plano brutal dos Genjix começa a ser colocado em ação que causará a morte de muitos membros dos Prophus.
O tom deste segundo livro é bem diferente do primeiro. Enquanto no primeiro a temática era centrada em um rapaz que era um total fracassado, aqui temos um clima mais de espionagem. Roen se tornou um agente de operações secretas juntamente com Tao. Ambos estão juntando informações sobre a nova iniciativa dos Genjix. Essa mudança no formato da história me incomodou a princípio porque eu gostava daquele momento de descoberta e amadurecimento de Roen. Em The Deaths of Tao, Roen parece mais um homem cansado que precisa se redescobrir enquanto o enredo se passa. Eu me sinto frustrado porque eu perdi esses momentos com a Jill, quando Roen abandona sua casca de fracassado e passa a ser um pai.
A história de espionagem em si precisa ser analisada a partir do Ponto de Vista adotado. Isso porque Wesley Chu empregou três POVs neste livro: com a Jill, com o Roen e com Zoras e seu novo hospedeiro Enzo. Os trechos com Roen sem dúvida remetem ao primeiro livro. Só que de uma maneira diferente. Roen passa a questionar um pouco sua fé cega em Tao. Aliás, o fato de ele seguir cegamente Tao provocou o afastamento de Roen e sua família. O contato com outros personagem durante suas passagens faz com que Roen procure dar mais valor à sua família e ao seu filho. Tao também percebe o mal que fez a Roen e tenta compensar por isso. As interações entre Tao e Roen são muito divertidas; demonstra a intimidade entre humano e Quasing. Tao continua tendo aquela postura de homem velho, mas não sábio. O personagem poderia ter muito bem sido reduzido a um mentor sábio falando com seu aluno ignorante. Mas, não; Tao é cínico, mulherengo e faz o que ele quer pelo bem dos Prophus.
Os trechos com a Jill são os mais fracos, na minha opinião. Fica bem claro neste segundo livro que a temática principal é a família. Jill se ressente por Roen tê-la abandonado e culpa o marido por tudo de mal que acontece em sua vida. Una isso à raiva de Baji por ter sido Roen o responsável pela morte de Sonya e temos uma receita para o desastre. Os acontecimentos que se passam na Casa Branca acabam sendo mais ilustrativos e não tão interessantes. Até achei que Jill iria se envolver com Marco, de forma a apimentar um pouco mais esta situação desastrosa de Roen, mas não foi isso o que aconteceu. O autor dá umas dicas de que isso poderia acontecer, mas não segue adiante. Não entendi o motivo. Mais para o final do livro, a participação dela fica um tanto perdida. Aquela cena de ação no silo poderia ter acontecido pelo Ponto de Vista de qualquer personagem. Poderia até ser o momento em que Roen enfrentaria ser nêmesis neste volume.
Mas, o Ponto de Vista que mais me surpreendeu foi o de Enzo e Zoras. É muito bom podermos saber qual é a opinião dos Genjix sobre a ocupação na Terra. No primeiro volume o tema era muito unilateral e foi uma das minhas críticas. Zoras funciona como porta-voz dos Genjix. A história poderia tomar o rumo de uma exploração entre duas opiniões diferentes, mas Chu preferiu criar um vilão. Não foi algo ruim; ele conseguiu criar um vilão credível e interessante. Acredito que Enzo tenha muito o que desenvolver como personagem no próximo volume. O estilo menos cauteloso e mais violento faz com que todos os personagens sejam obrigados a fazer algo. Enzo é o que coloca as coisas em ação. Em alguns momentos, o personagem é narcisista, mesquinho e egoístas, o que faz com que o leitor realmente odeie o personagem. Esse é o modelo clássico de vilão; não alguém que nós tenhamos um sentimento de solidariedade ou que seja carismático.
The Deaths of Tao é a continuação de uma história fantástica, mas com um tom diferente. O autor fez algumas experiências e isso resultou em uma leitura agradável e interessante. Salvo alguns problemas de enredo aqui e ali, recomendo muito a leitura a todos.
Ficha Técnica:
Nome: The Deaths of Tao Autor: Wesley Chu Série: Tao series vol. 2 Editora: Angry Robot Gênero: Ficção Científica Número de Páginas: Ano de publicação: 2013
Outros Volumes:
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