Saga é uma mecânica da Skidbladnir uma nave caranguejo que atravessa o multiverso transportando mercadorias. Ela acabou entrando na nave porque não aguentava uma vida comum em sua vila. Mas, a vida na nave não é muito melhor. Até que todos percebem que a nave está morrendo.
Sinopse:
A vida na nave transdimensional Skidbladnir é estranha. A nova servente, Saga, se vê na companhia de um pássaro-auxiliar oficioso, um engenheiro introvertido e misterioso e a sombria capitã. Quem os estranhos passageiros são e de acordo com que plano a nave viaja é incerto.
Justo quando Saga tinha começado a entender a rotina do Skidbladnir ela descobre que algo está errado. Skidbladnir está doente. E está nos ombros dela e do engenheiro consertá-la.
Esta é uma narrativa sobre o chamado da aventura. E o quanto ela nos tira do lugar comum. Saga é uma mulher que vivia em uma vila de um pequeno planeta na periferia da galáxia. Sua vida era absolutamente normal e ela não tinha perspectiva de ser ninguém. Quando a Skidbladnir aterrissa em sua vila e precisa de reparos, ela se oferece para ajudar e se torna parte da tripulação. Saga acreditava que a vida na nave seria interessante e a levaria a lugares diferentes. Só que nada disso aconteceu. A rotina se revelou chata e repetitiva e os trabalhos eram apenas ordinários. Quando a tripulação descobre que a Skidbladnir não só está doente como é uma nave bem consciente do que está acontecendo ao seu redor, tudo irá mudar não apenas para a tripulação, como para a própria Saga.
Essa é uma space opera bem legal contada do ponto de vista da Saga em terceira pessoa. No meio da história, Karin Tidbeck insere sinopses de episódios de uma série de space opera que a Saga gosta de assistir. É bem curioso por que Saga assiste os episódios completamente fora de sequência e a autora os colocou de uma forma em que eles se ligam de forma direta ou indireta com o que está se passando com ela. Uma metanarrativa bem diferente que provoca uma segunda leitura da história. Achei problemático o fato de a sinopse trabalhar com a relação entre os personagens e isto ser bem pouco trabalhado na história. A temática principal gira mais na busca de Saga por um sentido em sua jornada.
A Skidbladnir é senciente. Isso muda completamente a dinâmica narrativa. Antes a tripulação achava que a nave apenas transportava as pessoas de um lado para o outro. Só que a nave tem vontades e somente o engenheiro consegue entender e sentir empatia por ela. Mesmo de uma forma bem obsessiva ele acaba se envolvendo com Skidbladnir e deseja estar ao lado da nave. Saga está perdida no meio disso tudo. Isso porque ela não sabe se deseja estar ao lado da nave e do engenheiro ou apenas voltar para sua casa. Ela vai precisar encontrar em seu coração que caminho ela deseja seguir. Essa busca é parte importante da narrativa.
Senti falta de um aprofundamento nos demais personagens da nave. Faltou falar mais sobre quem eles eram ou o que faziam por ali. A capitã sombria era a capitã sombria. Ela apareceu uma ou duas vezes na história. Não sabemos como ela se tornou capitã ou o que ela fazia para sobreviver. A única fala dela é a de vender a nave (que está em estágio terminal) para poder comprar outra. Tem outro personagem que no começo era, teoricamente, mais próximo de Saga. Mas, é tão secundário que eu até esqueci o que ele fazia. Por essa falta de detalhamento e por se focar mais em Saga é que a história acabou não me prendendo muito. Até tem alguns altos conceitos como a viagem transdimensional e a nave caranguejo que troca de carapaça. Legal, mas não o suficiente para ser algo memorável.
Ficha Técnica:
Nome: The Last Voyage of Skidbladnir
Autora: Karin Tidbeck
Editora: Tor.com
Número de Páginas: 21
Ano de Publicação: 2019
Avaliação:
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